//FERNANDO PESCIOTTA// Vender o almoço e não comprar o jantar



Os esforços do governo para comprar votos estão dando resultados na classe média, mas a mágica ainda  encontra dificuldades para favorecer os mais pobres.

Conforme divulgou o IBGE, em julho houve deflação de 0,68%. Ou seja, o índice de inflação teve queda, mas graças ao grande peso do preço dos combustíveis e da energia elétrica, onde houve a ação direta do governo.

Todos os outros sete grupos que compõem o IPCA tiveram alta, com destaque para alimentos e bebidas, cujos preços ainda subiram 1,30%.

Para os mais pobres, cujo peso desses produtos é muito maior no orçamento doméstico, a alta foi de 1,47%, levando o acumulado em 12 meses para indesejados 17,49%.

Há muitos agravantes nessa história. Para economistas, o governo impôs uma armadilha para as contas do País.

Marcos Mendes, pesquisador do Insper e consultor do Senado, diz ao jornal Valor Econômico que o governo está vendendo o futuro para comprar o presente, deteriorando as condições e aumentando o risco fiscal de 2023.

Se a mágica não lhe der a vitória, Bolsonaro deixará uma bomba-relógio para seu sucessor. E se ganhar, estaremos ainda mais arruinados.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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