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É desgastante embarcar na onda provocada por Bolsonaro e ficar falando de ameaças antidemocráticas enquanto o País se desmancha. É desvio de atenção para esconder a incompetência do governo, mas também é necessário ressaltar que de passo em passo a ameaça realmente existe.
Tanto assim que, segundo publica a revista Veja, setores do governo pensam em reeditar o atentado do Riocentro.
Conforme a publicação, órgãos de inteligência investigam a suspeita de ataques ao 7 de Setembro por grupos radicais de direita com o intuito de criar um factoide político para mudar o rumo da eleição, que hoje significa derrota de Bolsonaro.
A ideia é provocar pânico na sociedade a partir de um ataque terrorista e responsabilizar a esquerda.
Sinistramente, o ministro Ciro Nogueira diz que os desfiles serão pacíficos, mas salienta que “pancadaria é mais coisa da esquerda”. Está alinhado.
Não seria difícil motivar alguns desses nazistas. Está a todo o vapor a construção do clima de ódio e o movimento para desacreditar tudo e todos que não sejam bolsonaristas.
É com esse intuito que Bolsonaro renovou os ataques ao STF e ao TSE, chamando ministros da Corte de “mentirosos” e “criminosos”. E ao chamar de “cara de pau” e “sem caráter” os signatários do manifesto em defesa da democracia e do processo eleitoral, que caminha para ter 1 milhão de assinaturas.
Antes das urnas, uma resposta pode ser dada na semana que vem. A leitura do documento na Faculdade de Direito do Largo São Francisco pode se transformar num grande ato público contra Bolsonaro.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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