//FERNANDO PESCIOTTA// Riscos no WhatsApp



Empresários bolsonaristas do grupo de WhatsApp em que foi defendido um golpe contra a suposta vitória de Lula trocaram mensagens defendo a desinformação como arma de “guerra” e demonstrativas de preconceitos.

A revelação é do jornalista Guilherme Amado, do site jornalístico Metrópoles, que acompanhou as trocas de mensagens do grupo durante vários meses.

Alguns desses empresários já ficaram famosos por patrocinarem os ataques terroristas contra o STF. Outros constam de listas de apoio a Bolsonaro, combateram a vacina contra a covid-19.

Relacionados a grandes empresas, como Havan, Multiplan, Coco Bambu, Tecnisa, Gerdau, Mormaii e Dalçoquio, entre outras, que investem milhões em formação de imagem reputacional, vínculo com causas sociais e marketing de venda, compartilharam homofobia, preconceito social e ódio a jornalistas e veículos de imprensa.

A jornalista Mônica Bergamo, da Folha, é chamada de “filha da puta”. O ex-piloto Nelson Piquet, cujo pai, que foi ministro da Saúde de João Goulart, deve estar se remoendo no túmulo, defende o fechamento da TV Globo “filha da puta”.

A partir da revelação do Metrópoles, que tem cerca de 1 milhão de usuários únicos por mês, o caso ganhou ampla repercussão em todo o País. Veículos de expressão nacional e milhões de mensagens em redes sociais expõem os nomes dos empresários e das companhias de forma jocosa e num ambiente crítico para suas causas corporativas.

Há um certo consenso nas análises da mídia de que esses empresários que dizem preferir a ditadura se baseiam na sua proximidade com Bolsonaro e a possibilidade de terem tratamento privilegiado, o que é incondizente com a imagem liberal e de defesa da concorrência, mas que ratifica o perfil empresarial brasileiro.

De qualquer forma, o caso serve de lição. Está muito enganado quem acha que está protegido quando troca mensagens no WhatsApp.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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