//FERNANDO PESCIOTTA// Oportunismo eleitoral



O mesmo governo que foi eleito em 2018 explorando a revolta da classe média contra o pagamento de auxílios aos mais pobres tenta a qualquer custo se reeleger explorando o pagamento de auxílios aos mais pobres, por mero oportunismo e sem compromisso com os programas sociais.

Ao longo desses últimos quase quatro anos, o governo não deu nenhuma demonstração de contrariedade com o aumento da miséria. Desidratou todos os ministérios que tivessem alguma visão social, fez pouco caso da pandemia e só pagou o auxílio emergencial porque foi obrigado pelo Congresso.

Agora, com o intuito de deixar mais dinheiro disponível para a baixa renda às vésperas da eleição, Bolsonaro sancionou a lei que aumenta de 40% para 45% a margem do consignado a pensionistas e aposentados e estende o crédito a beneficiários do antigo Bolsa Família.

Nem no auge da pandemia a margem consignável foi tão elevada e tão preocupante, pois além do aspecto eleitoreiro, a medida surge num momento de endividamento recorde da população e indicação de alta da inadimplência.

Segundo os dados mais recentes do Banco Central, relativos a março, o endividamento das famílias com o sistema financeiro é de 52,7% da renda acumulada nos últimos 12 meses, o maior da história.

A Caixa, que tem 100% do controle nas mãos do governo, adota um agressivo programa de consignado para os beneficiários de programas sociais.

Para vários analistas, a permissão do crédito consignado para os beneficiários de programas sociais, com juros de pelo menos 80% ao ano, é a “exploração da pobreza”.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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