//FERNANDO PESCIOTTA// Eleição da fé



Nesta terça-feira (16) começa oficialmente a campanha eleitoral. Os candidatos poderão pedir votos abertamente, fazer comícios e propaganda nos meios de comunicação.

A expectativa é de que os candidatos a presidente concentrem suas atenções no Sudeste, onde estão 42,6% dos eleitores. A economia deveria ser o centro das atenções, dada a precariedade do mercado de trabalho, a perda de renda, a fome, aumento do número de miseráveis e a desesperança da população.

Deveria, mas tudo indica que Bolsonaro vai usar outra facada. Desta vez recorrerá à religiosidade alheia para desviar a atenção do seu desgoverno e apelar para a emoção desse público.

No último final de semana, Michelle Bolsonaro liderou a Marcha de Jesus, no Rio de Janeiro, e ao seu lado Bolsonaro pedia aos evangélicos que se juntem a ele na tentativa de golpe.

A campanha bolsonarista não se limita à pregação, misturando governo e religião como nunca se viu fora do Afeganistão, Irã etc. Ela avança na imposição evangélica.

Faz sucesso em grupos bolsonaristas ataques de Michelle a Janja, mulher de Lula, e do próprio petista por terem falado sobre umbanda e candomblé, ignorando que Lula é notoriamente católico.

A pregação do ódio bolsonarista é completamente desconectado do cristianismo, e ainda assim faz sucesso. Coisa de doido. É uma ditadura que se espalha pelos usos e costumes, incluindo a religião. É seu DNA.

Para tentar se resguardar, Bolsonaro ataca também a Constituição. Nesses três anos e sete meses e meio de gestão, fez 34 alterações na Carta, ante 27 mudanças em 233 anos da Constituição dos EUA. Tudo para comprar votos e não ir para a cadeia, seu provável destino.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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