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Na campanha eleitoral de 2018, diante de questionamentos sobre sua ignorância, especialmente em assuntos relativos à economia, Bolsonaro respondia aos trouxas que contava com Paulo Guedes.
No começo do governo, Guedes se tornou uma eminência, ouvido para tudo e por todos. Seu poder, entretanto, se esvaiu tanto quanto sua autoridade. Ele não aprovou nada do que sugeriu e deixou a economia andando sozinha, sem planos e sem rumo.
Veterano no ramo dos negócios pouco ortodoxos, Guedes se agarrou ao cargo fazendo tudo o que Bolsonaro quer, invertendo os papeis prometidos a quem acreditou na história do posto Ipiranga.
Nesse papel de bobo da corte, Guedes embarcou na ideia de execrar a França para defender a política de desmatamento da Amazônia tão ao gosto do seu chefe.
Sua insignificância e falta de imaginação se comprovam pelo fato de Bolsonaro ter registrado no TSE o plano de governo sem nenhuma menção a realizações econômicas.
Num evento com empresários do setor de bares e restaurantes, Guedes confessou que, cobrado pelo desmatamento da Amazônia, respondeu a um representante do governo francês que o país europeu se tornou insignificante para o comércio brasileiro. Disse que era melhor eles nos tratarem bem, “senão vamos ligar o foda-se e ir embora para outro lado”.
Além de segunda maior economia da Europa, nossa vizinha na Amazônia, a França é o maior empregador estrangeiro no Brasil, o terceiro que mais investe aqui e com importações de produtos brasileiros que crescem 18% neste ano.
A grosseria de Guedes não coaduna com um homem que ficou milionário fazendo negócios, mesmo heterodoxos, mas se encaixa no perfil do governo Bolsonaro.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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