//NOTAS SERRANAS// O que você precisa saber sobre a nossa cidade

                   

Aberto à concorrência


Além da licitação para obras de desassoreamento dos lagos do Querência, Parque Represa Dr. Jovino Silveira e Seco, no Bairro das Posses, o prefeito Elmir Chedid informou que a prefeitura está contratando fornecedores para diversos produtos e serviços, mas poucas empresas têm demonstrado interesse na concorrência.


Escalada de preços


Elmir explicou que a alta acelerada dos preços, provocada pela inflação, dificulta o planejamento financeiro. As empresas temem não conseguir realizar as obras ou entregar os materiais no valor previsto nos contratos. “Estamos abrindo diversas licitações para remédios, materiais, mas as pessoas não querem vender, porque não sabem se vão segurar o preço na hora da entrega”, lamentou.


Ninguém quer asfaltar


O governo do Estado repassou ao município recursos suficientes para asfaltar 77 ruas, calcula o prefeito. Mas a verba agora é suficiente para o recapeamento de no máximo 30 vias. “Vamos ter de colocar a diferença”, disse. O prefeito explicou ainda que está difícil administrar o orçamento municipal e que nem as licitações para pavimentar as ruas têm atraído interessados. “Fizemos licitações duas vezes e não apareceu ninguém”, afirmou.


Outros tempos


Elmir admitiu que está mais difícil administrar a cidade na atual gestão do que na anterior, no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000. “A dificuldade de administrar é muito grande. Diferente do passado, quando fui prefeito da outra vez, abria licitação e apareciam até 14 empresas. É reflexo do país, do covid e dos aproveitadores”, apontou. O prefeito disse que gostaria que as licitações contassem com o maior número possível de empresas da cidade. “Avisem as pessoas, as empresas, e peçam para elas participarem das licitações”, afirmou.


Meio ambiente


Embora tenha afirmado em resposta a um requerimento da Câmara Municipal que pretende criar um Conselho de Meio Ambiente, o prefeito não tem previsão de quando isso deverá ocorrer. “O Conselho de Meio Ambiente vai sair, sim, durante a minha gestão vai sair”, prometeu. “Não vou dizer se é daqui a um ano ou se é amanhã, mas vai sair”, acrescentou. O prefeito afirmou, no entanto, que é preciso compreender que a cidade tem de crescer e tem de ser sustentável também.


Árvores no Alto da Serra


O prefeito admitiu que perdeu um pouco a paciência com a ativista ambiental, Iza Bordotti de Carvalho, pós-graduada em recuperação de áreas degradadas e voluntária do Projeto Observando os Rios, da ONG SOS Mata Atlântica, quando foi procurado por ela durante um evento público do Festival de Inverno, para falar sobre o asfaltamento do trecho que dá acesso ao Alto da Serra. “Quando a Iza me procurou na praça, no fim das conversas, perdi um pouco a paciência com ela, percebi que ela quer que plante árvores no Alto da Serra, feche tudo e deixe as pessoas só subirem a pé”, afirmou o prefeito durante uma segunda conversa com a ativista, na semana passada, no gabinete da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. “Seria ótimo”, respondeu Iza. O encontro começou meio tenso, mas, no fim, o ambiente estava mais relaxado e o prefeito até convidou a ativista para tomar um café.


Os números do Festival


O presidente da Câmara Municipal, César Augusto Borboni, o Ney, tentou explicar os dados econômicos sobre o Festival de Inverno. Serra Negra teria recebido 200 mil turistas em cerca de 46 dias, que injetaram em torno de R$ 35 milhões na economia da cidade. Esses dados foram citados em um vídeo publicado nas redes sociais da prefeitura sobre a visita a Serra Negra do secretário Estadual de Turismo e Viagens, Vinicius Lummertz. Ney utilizou como base de cálculo o número de leitos disponíveis na cidade, o nível de ocupação da rede hoteleira e o Imposto Sobre Serviços (ISS) arrecadado pelos hotéis.


Contando turistas


“O prefeito errou a conta para baixo. Sabe como faz a conta?”, perguntou Ney. "Eles acham que são amadores brincando de administrar a cidade", afirmou, referindo-se a questionamentos dos números em redes sociais da internet. O presidente da Câmara calcula que a rede hoteleira dispõe de 6.500 leitos entre hotéis e pousadas e mais 2 mil leitos em chácaras e casas de aluguel, no total de 8.500 leitos. A ocupação média anual dos 6.500 leitos dos hotéis e pousadas gira em torno de 42%, equivalentes a 2.730 leitos, segundo ele.


Conta simplificada


Ney multiplicou o número médio de leitos ocupados (2.730) pelo número de dias no mês e chegou ao total de 81.900 visitantes hospedados em 30 dias na cidade. Esse número, Ney avalia, deve ser maior se considerada a ocupação média em julho, que, segundo ele, devido à alta temporada, salta de 42% para mais de 70%, o que daria os 200 mil turistas calculados pela prefeitura. Ele lembrou ainda que em alguns fins de semana, como o feriado de 9 de julho, a ocupação chegou a atingir 90% dos leitos. Com base no ISS pago pelos hotéis, Ney calcula que a diária média paga seria de R$ 175. Esse valor multiplicado pelo número de leitos atingiria os R$ 35 milhões que a prefeitura informou ter sido injetado na economia durante o mês de julho.


Sem base


Os cálculos feitos pelo presidente da Câmara, no entanto, se não são de amadores, podem ser contestados. A informação prestada pela Associação de Hotéis, Restaurantes e Similares de Serra Negra (Ashores) para o Viva! Serra Negra é de que a ocupação média da rede hoteleira girou em torno de 60% a 70% em julho, retornando aos níveis anteriores à pandemia, embora um ou outro hotel tenha atingido a capacidade máxima em algum dia. Além disso, a Ashores representa apenas 14 estabelecimentos da rede hoteleira, entre os quais os de maior porte e os localizados no Centro.

 

Renda e trabalho


As entidades representativas dos dois principais setores econômicos do município,  Ashores e Associação Comercial Industrial e Agrícola (Acia) de Serra Negra, não dispõem de estudos e pesquisas quantitativas sobre seus respectivos setores nem  sobre o mercado de trabalho, como o nível de emprego e rendimento médio, indicadores essenciais para medir o efeito das vendas e dos negócios na economia e em especial na qualidade de vida dos moradores e dos trabalhadores da cidade.


Recursos públicos


Durante suas explicações e cálculos sobre o nível de atividade do turismo de Serra Negra, Ney destacou que a Secretaria Estadual de Turismo e Viagens e o Dadetur, agência estadual que libera recursos para as estâncias turísticas, só aprovam o repasse de recursos aos municípios diante de dados e pesquisas sobre o impacto das obras na economia local. Mas que estudos são levados, se as entidades empresariais da cidade não dispõem de pesquisas sobre o movimento do comércio e da rede hoteleira? E por que as informações econômicas não constam nos projetos de lei enviados pelo Executivo ao Legislativo, para que a população também tenha acesso aos números?  


"La garantia soy yo"


Sem pesquisas confiáveis que os embasem, todos os números que forem apresentados sobre o movimento do comércio ou da rede hoteleira de Serra Negra não passam do mais puro "achismo". Não importa quem os informe - sem uma fonte primária de confiança, não têm validade. O jeito como na cidade se jogam esses números lembra o antigo comercial de TV em que um vendedor paraguaio disfarçado de japonês oferecia o eletrônico ao comprador enfatizando que "la garantia soy yo". 


Por unanimidade


Projetos de lei do Executivo mal feitos, sem embasamento técnico detalhado ou maiores explicações sobre o destino de recursos públicos a serem votados, chegam aos montes para apreciação do vereadores serranos. O normal seria que os edis ao menos entendessem o que estão votando - a falta de compreensão dos textos foi apontada por alguns dos vereadores. Mas na atual legislatura nenhum projeto de lei do Executivo, por mais polêmico, lacônico ou vago que fosse, foi reprovado por algum vereador - mesmo os que se dizem da oposição. O grande Nelson Rodrigues cunhou uma frase para esse tipo de ocorrência: toda unanimidade é burra.


Sem discussão


Frase ouvida dias desses: "Na nossa Câmara Municipal não há vereadores, há aprovadores."


Propaganda


O prefeito Elmir Chedid publicou em suas redes sociais nota em que agradece a Band Campinas pela "excelente cobertura" do Festival de Inverno deste ano. Ele se esqueceu de informar a população que a emissora de TV recebeu R$ 50 mil para cobrir o evento. 


Ambulatório reformado


A reforma do Ambulatório de Especialidades Bruno Luiz Couto Estácio, na Praça Lions, foi concluída. A obra foi feita com recursos do município, cerca de R$ 137 mil. Nele estão disponíveis serviços de pequenas cirurgias, ultrassom, consultas com médicos especialistas em oftalmologia, gastroenterologia, ortopedia, psiquiatria, cirurgia geral, ginecologia cirúrgica, reumatologia, dermatologia, infectologia e otorrinolaringologia. 


Bazar beneficente


O Fundo Social de Solidariedade realizará um Bazar Beneficente, de 9 a 13 de agosto, no Palácio das Águas Prefeito Antônio Luigi Ítalo Franchi, sede da Prefeitura, na Praça John F. Kennedy, das 9 às 17 horas. Serão vendidas roupas e calçados, entre outros itens doados à instituição, com o objetivo de arrecadar fundos para as campanhas assistenciais do município.


Praças remodeladas


As praças Lourenço Franco de Oliveira (Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário), John Kennedy e João Zelante serão reformadas. O investimento será de R$ 684 mil. Na Praça Lourenço Franco de Oliveira serão investidos R$ 597 mil para reforma de canteiros e bancos, drenagem, piso em geral (parte frontal e entorno da igreja), pergolados, iluminação e paisagismo. Para a Praça John Kennedy serão destinados R$ 48 mil para paisagismo. E a Praça João Zelante terá R$ 108 mil em recursos para complementação de iluminação e instalações elétricas, aterro de jardineiras (espaço central), canteiros, paisagismo e pintura de guarda corpo e coreto.







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