//FERNANDO PESCIOTTA// Pacheco, o isentão



Já há algum tempo se diz nas redes sociais que nesse mundo polarizado não existe hipótese de não ter lado. No Brasil, o “isentão” na verdade é um bolsonarista envergonhado ou um oportunista esperando a chance de dar o bote.

É o caso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Ele chegou ao cargo graças à ajuda do Planalto, que tinha interesse em manter no posto alguém mais alinhado com os desmandos que viriam pela frente.

Pacheco, porém, tentou manter uma imagem de independência. Faz de durão para vender caro aos interesses do governo bolsonarista. Foi assim que agiu contra a CPI da Saúde, que só foi instalada por ação do STF.

A ideia de abrir uma CPI para investigar o balcão de negócios montado no MEC é nova oportunidade para Pacheco mandar a fatura a Bolsonaro.

Pacheco quer indicar um nome seu para o Tribunal Regional Federal de Minas Gerais, em vaga a ser aberta ainda neste ano, e quer assegurar apoio para ser reconduzido à presidência do Senado em janeiro de 2023.

Ao empurrar a CPI para depois das eleições, Pacheco dá milhões de votos de presente a Bolsonaro. Apesar da pouca idade, Pacheco faz a velha política, a mesma política carcomida que Bolsonaro também faz.

Por ironia para seus eleitores, Bolsonaro foi levado ao poder por representar o novo, mas faz a política mais carcomida, ultrapassada, velha e velhaca. Assim como Pacheco, cuja imagem de modernidade é só verniz.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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