//FERNANDO PESCIOTTA// Manifesto é respiro democrático




A Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, expôs o esperado manifesto em defesa da democracia.

Tem a assinatura de 3 mil juristas, empresários, artistas e intelectuais, que dizem defender o respeito ao resultado das urnas.

Chama atenção a declaração do empresário Horácio Lafer Piva: “É mais do que fundamental a mobilização da sociedade. Empresários, infelizmente divididos no voto, serão suicidas ou mal-intencionados se não apoiarem sonoramente agora a democracia e o Estado de Direito”.

Além de Piva, entre os signatários estão Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles, Candido Bracher, Jose Olympio Pereira, Walter Schalka, Pedro Malan, Arminio Fraga e Celso Lafer. A lista será aberta dia 11 de agosto.

O documento não cita Bolsonaro ou o governo, mas o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, vestiu a carapuça.

Integrante da tropa de choque do governo, líder do Centrão e um dos capas-pretas da campanha bolsonarista, Ciro reagiu atacando os banqueiros. Disse que eles só estão criticando o presidente (sic) porque “deixaram de arrecadar R$ 40 bilhões” desde a implantação do Pix.

Ciro, como bom integrante do bolsonarismo, mente. O Pix não é fruto de iniciativa do governo, é um projeto do BC, gestado sob o comando de Ilan Goldfajn, presidente do BC na era Michel Temer.

Além disso, a festejada independência do BC mencionada por Ciro também não foi ideia do governo, mas do Congresso, exatamente porque era um desejo dos bancos, para se livrarem da influência nefasta do governo.

A reação do Centrão, de qualquer forma, mostra que o manifesto mesmo sem citar Bolsonaro atingiu o alvo e serve de incentivo a entidades empresariais a seguirem o exemplo. É o que fará a Fiesp, que antecipa ser signatária de qualquer manifestação em favor da democracia, mudando os ventos que a atingiam na era do ridículo pato Paulo Skaf.

Manobras

O governo vai cortar o orçamento da saúde e da educação e pede o dinheiro que a Petrobras ganha com os preços da gasolina criticados por Bolsonaro. Esse show de horrores está sendo chamado pela imprensa de “manobra”. Com Dilma Rousseff isso era pedalada e a levou ao impeachment.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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