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Enquanto o juro real, a taxa efetivamente paga, descontada a inflação, é o mais alto desde 2015, a renda média do brasileiro despenca, numa degradação que analistas dizem ter começado sob Bolsonaro.
Para eles, o avanço lento das reformas, redução do investimento público e a trava no Bolsa Família afetaram o poder de compra do brasileiro.
A renda média caiu de R$ 2.823 em 2019 para R$ 2.613, conforme indica o IBGE. No final do ano passado, o PIB per capta era 48% menor do que o teto alcançado em 2011, sob Dilma Rousseff, e 18% menor do que no início do governo (?) Bolsonaro.
A combinação perversa, que inclui, ainda, a pressão inflacionária, provoca queda de vendas em muitos segmentos da indústria, varejo e até dos serviços, o que resulta em revisão de expectativas.
Cada vez mais, o consumidor prioriza parcelamento longo, escolhe produtos menos sofisticados ou segura a compra, afetando todo o setor produtivo. Porém, historicamente esse processo afeta muito mais a ponta da cadeia, ou seja, o lojista.
Nesse cenário de deterioração das expectativas, os agentes do mercado já consideram que os juros vão subir ainda mais, com a taxa básica batendo em 14,50% até o final de 2023.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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