//FERNANDO PESCIOTTA// Fundamentalistas se opõem ao Centrão



O Centrão é um agrupamento de bandidos, versão 4.0 do coronelismo brasileiro, mas os caras são profissionais da política. Têm noção da realidade e sabem o que querem. E o que querem invariavelmente é poder para ter acesso à grana e, assim, manter o moto contínuo de cabrestar o eleitorado.

O grupo lunático do governo, o que inclui os fundamentalistas evangélicos e boa parte dos militares, não entende bem como chegou ao poder, já que não tem votos suficientes para isso. Mas estão gostando de se lambuzar e não querem perder a mamata, custe o que custar.

Diante das dificuldades apontadas pelas pesquisas, em vez de prometer fazer um governo de verdade se conseguirem a reeleição, matutam como enganar o eleitor novamente. Ou um jeito de roubar a eleição.

A força motriz dos militares é o fato de que 2,3 mil fardados ocupam postos na administração direta no governo Bolsonaro, segundo a Corregedoria Geral da União.

Esses militares que ocupam cargos comissionados muitas vezes acumulam funções e extrapolam o teto de R$ 39,3 mil como remuneração mensal. Em bom português, estão roubando dinheiro público, mamando na teta do Estado.

Vire a página, e lá está outra notícia: os militares preparam um programa próprio de fiscalização da eleição, incluindo lacração das urnas e testes de autenticidade. É uma provocação ao TSE. Se não estivessem armados, fariam isso?

O resumo da ópera é que a ala política queria um Bolsonaro mais enfático na condenação da violência que levou um petista à morte em Foz do Iguaçu, de forma a agregar mais votos do que aqueles que já estão na bolha. Mas essa ala está sendo vencida, e o que nos espera são mais casos de violência. Ao Centrão restará negociar a adesão ao governo Lula.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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