//FERNANDO PESCIOTTA// Cenário deteriorado



O risco Brasil medido por contratos futuros de títulos negociados no exterior, a vencer em 2027, é o mais elevado desde o auge da pandemia, em maio de 2020, quando o mundo parou porque milhares de pessoas morriam sem vacina para a Covid-19.

Essa piora no cenário financeiro do Brasil se dá em parte porque o mundo está parando novamente, desta vez por causa da ameaça de recessão, o que afeta o preço das commodities. O petróleo já está cotado abaixo de US$ 95, o menor preço desde o começo da guerra na Ucrânia.

Mas a deterioração dos títulos brasileiros ocorre também porque os investidores veem irresponsabilidade do governo, que eleitoreiramente eleva os riscos fiscais.

A Instituição Fiscal Independente (IFI), que assessora o Senado, considera que a PEC eleitoral tem impacto fiscal imediato e amplia os riscos. A assessoria técnica da Câmara critica a PEC e aponta “excessos” que ampliam riscos fiscais.

Economistas concordam. O ex-ministro Pedro Malan considera que o governo e seus aliados entraram no modo desespero eleitoral e estão construindo uma herança terrível para o quadriênio 2023-2026.

Especialistas avaliam que o Brasil será um país endividado, mais pobre, com inflação, juros e desemprego elevados, baixo crescimento e queda de investimentos por causa desse movimento para tentar reeleger o miliciano.

Bolsonaro não tem limites. Além de arruinar a economia, desrespeita todas as regras e leis. Nesta quinta-feira (14), afrontou o TSE ao fazer um discurso de campanha no Congresso. 

----------------------------------------------------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



Comentários