//FERNANDO PESCIOTTA// Bolsonaro e o nazismo húngaro



Em meados de fevereiro, pouco antes de a Rússia invadir a Ucrânia, Bolsonaro visitou Vladimir Putin e aproveitou para dar uma passadinha na Hungria, onde abraçou o nazista Viktor Orbán e o chamou de irmão.

No começo de julho, o chanceler da Hungria, Péter Szijjártó, esteve em Londres com a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Cristiane Britto, para oferecer ajuda para reeleger Bolsonaro.

A revelação consta de relatório de viagem elaborado pela ministra. O chanceler alega que os dois países compartilham a mesma visão.

Um escárnio. Uma ministra que se diz defensora dos direitos humanos receber uma alta autoridade de um governo nazista é inaceitável. Negociar apoio para o processo eleitoral passa a ser crime.

O comportamento bolsonarista difere do que fazem e o que pensam até ex-integrantes do governo de Orbán. Na terça-feira (26), a ministra de Inclusão Social da Hungria, Zsuzsa Hegedus, renunciou após o nazista declarar que os húngaros não querem se tornar um povo “mestiço”.

Hegedus, que estava com Orbán havia 20 anos, classificou a declaração de “pura retórica nazista, digna de Joseph Goebbels”, numa referência ao chefe da propaganda do regime que se orgulhava do Holocausto.

É com esse tipo de gente que o bolsonarismo se relaciona e se identifica. É desse tipo de gente que Bolsonaro espera ajuda e parceria no golpe em curso. Esse é o tipo de gente igual a Bolsonaro e desse tipo de gente que o Brasil precisa urgentemente se livrar.   

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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