//SAÚDE// Pacientes relatam problemas em atendimento ginecológico e pediátrico



As nove Unidades de Saúde Básica (UBS) de Serra Negra ofereceram 15.799 atendimentos na área de clínica geral entre janeiro e abril de 2022. Foram realizadas 1.765 consultas ginecológicas e 1.421 consultas pediátricas.

As unidades com maior demanda de pacientes são as localizadas no centro da cidade. A UBS com maior número de atendimentos é a Dr. Firmino Cavenaghi, responsável também por aplicar vacinas, entre as quais a da covid-19. A unidade ofereceu no período 4.078 atendimentos nas áreas clínica, pediátrica e ginecológica, além dos serviços de enfermagem e visitas domiciliares.

A segunda unidade mais procurada é a Paulino Stachetti que registrou 3.840 atendimentos. A terceira unidade mais procurada é a do São Luiz, que registrou 3.503 atendimentos, pouco mais do que a UBS do Alto das Palmeiras, com 3.335 atendimentos.

A maioria das consultas oferecidas é com o médico clínico. No total foram realizadas 15.799 consultas nessa área nas nove UBSs do município. As consultas ginecológicas somaram 1.765 e as pediátricas, 1.421. 

Ginecologia

Os atendimentos nas UBS foram tema de discussão na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira, 13 de junho, devido à reclamação da falta de médicos em alguns postos, entre os quais os da Nova Serra Negra e das Três Barras.

Além do aumento da demanda de atendimento devido à nova onda de covid-19, alguns problemas específicos nas unidades básicas foram apontados na última reunião do Conselho Municipal de Saúde. 

A pediatria continua sendo o principal desafio devido à falta de médicos especializados. O secretário de Saúde, Ricardo Minosso, disse que vem tentando resolver o problema com a contratação de mais especialistas.

Na área ginecológica a maior dificuldade é atender à solicitação de pacientes que teriam preferência por médicas mulheres. A conselheira Nuri Morelli Sena Alves, representante dos usuários do Sistema Único de Saúde, informou ao secretário que há pacientes que têm deixado de realizar consultas e exames de rotina porque nas Unidades Básicas de Saúde da sua área de abrangência o ginecologista é um médico.

Nuri explicou que as pacientes não se sentem confortáveis e reivindicam a possibilidade de serem atendidas em unidades em que o atendimento é realizado por médicas. Minosso, no entanto, disse que não é possível abrir exceções para as pacientes da ginecologia. 

Mas segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, não há nenhum decreto ou lei que impeça o munícipe de ser atendido em qualquer unidade básica de saúde. “E partindo do princípio que o SUS é porta aberta ninguém pode ser barrado numa unidade de saúde. A pessoa vai ser atendida, mas depois orientada a procurar a unidade de seu bairro”, informou.

Estudo divulgado em 2018 pelo médico ginecologista Alexandre Faisal, ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, revela que no Brasil as mulheres mais jovens e as mais velhas têm preferência por médicas. 

Foram entrevistadas 435 mulheres em ambulatório de ginecologia do hospital universitário de Brasília. Embora 80% dessas mulheres tenham informado que não têm preferência, 2% informaram que preferem médicos e 17% que tem preferência por consultas com médicas.

A situação muda quando se trata de mulheres mais jovens (menos de 34 anos) ou mais velhas (acima dos 55 anos): elas preferem mais as médicas ginecologistas.

O secretário da Saúde de Serra Negra vai apresentar na quarta-feira, 14 de junho, às 13 horas no canal do YouTube da Prefeitura, prestação de contas das aplicações do Fundo Municipal de Saúde e Gestão em Saúde Municipal, com os dados de atendimentos realizados no município.



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