//SALETE SILVA// Ambiente na unidade de saúde Dr. Firmino Cavenaghi desestimula vacinação



A nova onda de covid-19 ganha força com aumento de casos em todo o país. Serra Negra registrou 166 casos em apenas uma semana e mais um óbito. A quarta dose da vacina para quem tem mais de 50 anos e a terceira para os adolescentes entre 11 e 17 anos foram liberadas pelo Ministério da Saúde na semana passada.

A prefeitura só anunciou que as vacinas estavam disponíveis na cidade nesta terça-feira, 7 de junho. As doses para os adolescentes já estavam disponíveis desde a semana passada, mas só começou a se vacinar quem ficou sabendo no boca a boca.

Corri para o posto de saúde. Vacinar-se é acima de tudo proteger-se e no meio de uma pandemia é um ato de cidadania, que, diga-se de passagem, deu gosto exercer quando a vacinação em Serra Negra era no Centro de Convenções.

O ambiente estava adequado a todas as necessidades desde a recepção, o uso de máscara, a higienização e o distanciamento entre as pessoas até a aplicação da dose. Antes de aplicar a vacina, a enfermeira exibia a seringa com o líquido, informava a vacina que estava sendo aplicada e possíveis reações.

O ambiente refletia a preocupação naquele momento em combater a pandemia, evitar a disseminação do vírus e em especial estimular a vacinação, muito diferente do ambiente que encontrei agora na unidade de saúde Dr. Firmino Cavenaghi.

O espaço é apertado, não há distanciamento entre as pessoas, alguns chegam sem máscara e na sala de vacinação pelo menos cinco pessoas entre enfermeiros e os que esperam pela dose se aglomeram. A enfermeira recepciona o paciente com a seringa pronta para aplicar a vacina.

Acho que os funcionários se esforçam para oferecer simpatia e bom atendimento, mas as condições de trabalho dificultam. Refletem o descaso nacional com o aumento dos casos e os riscos que essa situação pode trazer à vida das pessoas e à economia, que para muitos era a principal preocupação desde o início.

A prefeitura divulgou um novo decreto, mas só recomenda, não obriga, o uso de máscara em espaços privados de atendimento ao público. A cidadania é um dever que pode ser exercido com prazer, mas só quando todos fazem a sua parte, o setor público e o cidadão.

Saí frustrada. Mas mais grave do que minha frustração é que desse jeito a prefeitura não vai conseguir reverter os índices insatisfatórios de vacinação, em especial entre os que ainda precisam receber a terceira e quarta dose.

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Salete Silva é jornalista profissional (ex-Gazeta Mercantil e Estadão) e editora do Viva! Serra Negra 

Comentários

  1. Somente como uma dica...aqui em São Paulo, a UBS próxima de casa, está usando um espaço cedido por uma faculdade vizinha da UBS ,esse espaço recebe as pessoas para vacina COVID e Influenza em local amplo, com ventilação e todo mundo de máscara, bom fluxo e organização, efetuado todo o processo por funcionários da UBS. Sendo assim, libera a UBS para sua rotina normal, que não é pouca. Lógico que aqui o fluxo de pessoas é maior...mas quem sabe por ai tem algum local próximo que possa ceder um espaço. Vacinação, distanciamento se possível e uso de máscara em locais abertos com muita gente e em locais fechados. Acho importante os funcionários dos estabelecimentos usarem sempre a máscara, proteção para eles e para os clientes.Se não for assim...infelizmente vai ser difícil ...

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