//FERNANDO PESCIOTTA// Fome nas escolas municipais



Pesquisa feita por especialistas do Insper e da USP conclui que investir em escolas de tempo integral reduz em 50% o número de homicídios entre homens jovens.

Essa é apenas uma das infinitas vantagens em investir numa educação de qualidade e atenta às muitas carências de grande parcela da população, com retorno para o conjunto da sociedade.

O curioso é que 101 de cada 100 pessoas de classe média acham que o Brasil só terá jeito quando investir em educação, mas votam em candidatos sem nenhum compromisso com a educação.

Prefeitos e governadores enfrentam obstáculos absurdos.

O mais recente exemplo do descaso do Ministério da Educação é o corte do valor repassado para cada aluno da pré-escola e do ensino integral se alimentar para R$ 1. Sim, um real!

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) beneficia 40 milhões matriculados em escolas públicas. Para a grande maioria dessas crianças, a merenda significa seu único prato de comida.

Ao mesmo tempo em que o indolente pede aos supermercados que abram mão do lucro para reduzir o preço dos alimentos, reconhecendo uma explosão catastrófica para os mais vulneráveis, ele praticamente acaba com a verba que combate a fome e dá condições de estudo a 40 milhões de brasileiros.

Se o Estado e o município não alocarem recursos, esses milhões de crianças vão morrer de fome.

É mais um exemplo de como reeleger Bolsonaro significa a morte da gestão municipal, pois a maior parte das creches e escolas de ensino fundamental está sob as asas das prefeituras. 

----------------------------------------------------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



Comentários