//FERNANDO PESCIOTTA// A vitória de Anitta



A mídia brasileira destaca nesta sexta-feira a onda de ataques de Bolsonaro e de militares ao sistema eleitoral brasileiro. Trata-se, na verdade, de ataques à democracia, um reforço desnecessário da sua vontade de dar um golpe e explicitar a sede pelo poder ditatorial.

Enquanto os militares cutucam o Tribunal Eleitoral e colocam em dúvida as urnas eletrônicas que até ontem eles atestavam como seguras, Bolsonaro diz que seu partido vai contratar uma auditoria externa para evitar interesse externo.

Contratar uma firma externa para evitar interesse externo. Entendeu?

Todos os brasileiros já entenderam a mensagem cansativa: se ele perder a eleição, é porque a urna não presta e então ele dirá que “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.

É bom, portanto, que todo mundo vá se preparando. Bolsonaro não está com essa bola toda. As pesquisas indicam sua derrota, que se materializa já na questão sobre o título de eleitor dos jovens.

Bolsonaro foi à luta contra a adesão de meninas e meninos de 16 a 18 anos ao sistema eleitoral por saber que essa faixa de público vota contra ele. Se opôs à campanha liderada por entidades estudantis que contou com apoio de gente como Anita e até Leonardo DiCaprio.

Bolsonaro perdeu. Segundo balanço do TSE, até o final de abril, mais de 2 milhões de jovens haviam pedido o título de eleitor, aumento de 47,2% em relação ao mesmo período de 2018 e de 57,4% na comparação com 2014.

Falta contabilizar as adesões de maio. No dia 4, o último do prazo fixado pelo TSE, filas gigantescas foram observadas nos postos de cadastramento. Anitta ganhou, Bolsonaro perdeu feio.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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