//FERNANDO PESCIOTTA// Quando os iguais se atraem

 



O bilionário Elon Musk, conhecido por polêmicas e bobagens ditas, se encontra com Bolsonaro nesta sexta-feira (20), em Porto Feliz (SP).

Segundo O Globo, eles vão falar da Amazônia. Ambos defendem a exploração com o fim da floresta, entendem que o desequilíbrio ambiental é invenção de neuróticos e acham que o aquecimento global não passa de fake news, as mesmas com as quais estão tão acostumados.

Elon Musk fez uma oferta hostil de compra do Twitter com o objetivo de transformar a rede social num parquinho de mentiras e idiotices. Há três dias, disse que sustentabilidade é uma bobagem.

Seu interesse no País visa a exploração de lítio, mais encontrado no Vale do Jequitinhonha, mas presente também no Amazonas. O mineral, o mais leve dos produtos sólidos, é essencial para as baterias dos carros elétricos que fabrica nos EUA.

Estudos do Serviço Geológico dos EUA publicados em 2021 colocam o Brasil como dono da sétima maior reserva de lítio, com 95 mil toneladas, com potencial de 470 mil toneladas.

Os outros países com lítio, como Austrália, Chile, China e Portugal, têm governos sérios e inacessíveis para gente como Musk.

Seu interesse pela Amazônia visa também a expansão da Starlink, que usa satélites em órbitas baixas para transmissões de vídeo, streaming e outras atividades pela internet.

Bolsonaro dispensa apresentações. Seu encontro com Musk visa exclusivamente o marketing. Quanto à entrega de reservas minerais e destruição da Amazônia, tudo bem. O que importa é contar com apoio para a eleição.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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