//FERNANDO PESCIOTTA// Milícia policial particular



Um homem de 38 anos foi assassinado por agentes da Polícia Rodoviária Federal em Umbaúba (SE) nesta quarta-feira (25).

Imagens da ação se espalham pelas redes sociais. Mostram que Genivaldo Santos foi algemado e trancado no porta-malas da viatura junto com uma bomba de gás.

No dia anterior, a PRF estava na linha de frente da ação que matou 25 pessoas na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, fato comemorado pelos bolsonaristas nas redes sociais.

O procurador da República Eduardo Benones pretende ouvir alguns desses agentes para tentar entender por que estavam lá.

Para Benones, e para muita gente que está atenta ao que acontece, a PRF está mudando seu perfil de atuação, se afastando de suas atribuições legais.

Nos grandes centros, como São Paulo, tem sido cada vez mais comum encontrar viaturas da PRF travando o trânsito e policiais ostensiva e fortemente armados.

Ainda segundo o procurador, a PRF tem um histórico de corrupção e agora está adotando a matança, assumindo o instinto assassino.

Em ano eleitoral, Bolsonaro não se cansa de dizer que pretende dar aumento salarial aos servidores públicos federais. Chegou ao consenso com a área econômica de reajuste de 5%. Porém, quer dar um aumento maior somente para a Polícia Rodoviária Federal.

A pergunta é por que esses policiais merecem tamanho privilégio?

O que novas ocorrências a cada dia nos respondem é que claramente a PRF se tornou o braço armado do miliciano.

A PRF foge de suas atribuições legais, como diz o procurador, para se transformar numa espécie de Gestapo, a milícia particular dessa gangue liderada por Bolsonaro. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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