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Sob Bolsonaro, os repasses da União para o Estado de São Paulo caíram 36,5% na comparação com a gestão do golpista Michel Temer. Os dados são da Secretaria da Fazenda estadual, publica a Folha de S. Paulo.
Respaldado pela legislação, que não impõe o valor dos repasses, Bolsonaro adota uma iniciativa política ao minguar os recursos do Estado.
É com essa mentalidade que agiu o então ministro de Infraestrutura, que agora quer ser governador. Enquanto pau mandado de Bolsonaro, ele fez de tudo para prejudicar o Estado. Exemplo disso é o projeto de duplicação da Rio-Santos, previsto apenas para a parte fluminense.
Não se trata de impedir a distribuição de renda no País. É importante que o Estado mais rico da Federação dê sua contribuição para desenvolver regiões mais pobres. Mas é preciso ter critérios que somente a força política do Estado conseguirá impor.
Além de necessitar do dinheiro para pagar picanha e Viagra para os militares, o governo federal retém o dinheiro por temer que investimentos públicos no Estado estimulem maior concorrência eleitoral.
O boicote, porém, não penaliza o chefe do executivo paulista, mas o eleitorado, que, infelizmente, em 2018 votou no inominável.
Trata-se de mais uma demonstração de como a escolha do candidato a governador exige cuidados, de forma a proteger os interesses do cidadão.
O governador de São Paulo precisa ser articulado, criativo, combativo, de certa forma impositivo no diálogo com outras esferas de governo e ter visão estratégica para a sociedade, e não para a carreira dele.
Os recursos da União são importantes para ajudar numa série de soluções especialmente na educação – São Paulo tem 3,5 milhões de alunos na rede pública estadual, ou 36% de todo o País –, na saúde e no apoio aos municípios.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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