//FERNANDO PESCIOTTA// De olho no golpismo



Uma ditadura não significa apenas tanques nas ruas e prisão de oposicionistas. O mundo tem revelado exemplos de ditadura com perfil adaptado ao século XXI. O Brasil é um deles, com um governo impositivo e avesso ao diálogo.

Uma demonstração do perfil ditatorial de Bolsonaro foi dada nesta terça-feira (3), quando ele mandou o ator Leonardo DiCaprio “calar a boca”. Bolsonaro pisou na calcinha porque o ator faz campanha para convencer os jovens a tirarem o título eleitoral e votarem contra o genocida.

O argumento, correto, de DiCaprio é que Bolsonaro é um perigo para o mundo porque destrói a Amazônia e agrava as mudanças climáticas do planeta. Acrescentaria que Bolsonaro é um perigo também porque é genocida, miliciano e ignorante.

O perfil ditatorial aparece na reação do governo à iniciativa do TSE de convidar a União Europeia para observar a eleição. Com todos os sinais de que dará um golpe se perder a eleição, o genocida esperneou e impediu a vinda dos europeus.

Por mais que tente se revelar forte, o TSE se mostra covarde diante da imposição da força e da violência do governo, o que é preocupante. Outro exemplo disso foi a inclusão de militares numa espécie de comitê eleitoral do tribunal. Agora, os fardados inseridos repetem o discurso golpista dentro da corte eleitoral.

Pelo menos alguns senadores se mostram atentos ao golpismo ditatorial de Bolsonaro e reagiram à censura ao convite à União Europeia. Com o aval do presidente da Casa, o Senado vai convidar o Parlamento Europeu para observar as eleições.

A transparência e a abertura ao mundo serão fundamentais para garantir o fim da ditadura bolsonarista no Brasil.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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