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Maria Elisa: "O grupo não parou durante a pandemia" |
Isolada em uma chácara com a mãe de 96 anos durante a pandemia, a aposentada Maria Elisa Vieira Heibe, de 71 anos, encontrou nas agulhas de crochê e na produção de mantas, toucas e cachecóis para as pessoas carentes, um alívio para o medo de contrair covid-19, a solidão e a saudade dos amigos e das filhas.
Maria Elisa é uma das 102 voluntárias do grupo Quadradinhos de Amor, que neste sábado, 7 de maio, realiza exposição de mantas de croche e tricô e bazar para arrecadar fundos para a compra de lã, na Praça da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, das 9 horas às 19 horas. O objetivo da iniciativa é expôr as mantas e sensibilizar a população para a doação da principal matéria-prima das artesãs.
A coordenadora do grupo, a professora Mônica Conti Lopes, explica que a maioria das voluntárias adquire a própria lã para a confecção das peças, mas com as doações é possível produzir muito mais e ajudar mais pessoas. O grupo não parou de tecer durante a pandemia.
Os encontros presenciais, nos quais trocavam ideias sobre crochê e aproveitavam para bater papo e se distrair, foram substituídos pelas conversas no WhatsApp, por meio do qual faziam desabafos, orações pelos doentes e agradecimentos pelos pacientes curados.
“O grupo não parou, eu não parei e agora quero voltar às atividades presenciais”, afirmou Maria Elisa. Durante esses dois anos, o Quadradinhos de Amor trabalhou em parceria com a empresa Primart Tricot, com o Colégio Reino, e também com o Fundo Social de Solidariedade de Serra Negra.
Após a exposição no bazar deste sábado, todas as mantas expostas para o Fundo Social serão entregues às instituições beneficentes, incluindo as que foram produzidas com os quadradinhos usados na montagem da árvore de Natal produzida com lã doada pela prefeitura.
Mônica ressalta que o grupo manteve durante a pandemia seu objetivo inicial de atender as pessoas em situação de vulnerabilidade social na cidade. O espírito de solidariedade nasceu com a criação do grupo. Muitas das voluntárias já realizavam trabalhos em benefício de pessoas carentes antes mesmo de ingressar no Quadradinhos de Amor.
Maria Elisa, por exemplo, se dedica a confeccionar sapatinhos e toucas para bebês desde 2005. Toda sua produção era doada a grupos que ajudam moradores de baixa renda da Lapa, bairro em que morava, em São Paulo. Maria Elisa é uma das pioneiras do grupo e não vê a hora de reencontrar as amigas. “No sábado, vou novamente passar umas horas com o grupo”, comemora a artesã.
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