//SAÚDE// Prefeitura promete retomar programas interrompidos, mas admite falta de profissionais



Os programas de saúde e os atendimentos médicos interrompidos ou retardados em virtude da pandemia de covid-19 estão sendo retomados pela Secretaria Municipal de Saúde, mas o principal problema ainda é a falta de profissionais especializados para várias áreas, incluindo a saúde básica e a mental.

“Estamos com dois psicólogos de 40 horas a menos, um assistente social de 30 horas a menos, dois recepcionistas que fazem o serviço no Caps [Centros de Atenção Psicossocial] a menos”, contabilizou o secretário municipal de Saúde, Ricardo Minosso, na reunião do Conselho Municipal de Saúde, realizada dia 28 de março.

Os atendimentos devem retomar num ritmo mais acelerado só depois do concurso público marcado para o dia 24 de abril. O impacto da pandemia no atendimento médico do município foi a principal justificativa da secretaria para os resultados abaixo do esperado em alguns indicadores da saúde em 2021 apresentados no Relatório Anual de Gestão (RAG), principal instrumento de avaliação do SUS.

O relatório informa que a prefeitura precisou afastar vários profissionais da área da saúde, o que acarretou um déficit na estrutura de assistência. Para tentar elevar a capacidade de atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde reorganizou a rede de assistência médica.

Com as atividades presenciais suspensas, a secretaria manteve a cooperação técnica e financeira entre a Prefeitura de Serra Negra e o Hospital Santa Rosa de Lima, que atingiu o maior nível de internação de sua história, chegando a manter de forma simultânea 19 pacientes na clínica médica.

A assistência integral à saúde passou a ser oferecida pelo sistema hospitalar concentrada no Hospital Santa Rosa de Lima, o único credenciado pelo SUS no município com capacidade técnica e física para suprir a demanda.

Se por um lado essas ações conseguiram atender à demanda de procedimentos clínicos, por outro lado as condutas cirúrgicas foram reduzidas. O secretário informou, no entanto,  que a demanda reprimida por cirurgias já vem sendo reduzida e que não há mais filas para cirurgias de vesícula e hérnia.

Alguns indicadores das vigilâncias também ficaram abaixo do esperado pelas restrições de circulação ou mesmo em razão do fechamento do comércio.

A pandemia prejudicou também os atendimentos preventivos de doenças. Os indicadores de detecção precoce de câncer de colo uterino e mama diminuíram. Com o fechamento dos principais ambulatórios de referência, como o AME e Unicamp, as pessoas não procuraram as unidades de saúde como recomendado.

O secretário informou, no entanto, que já não há mais demanda reprimida para exames de mamografia e tomografia. “Além disso, dobramos a capacidade de realizar ultrassom. No comparativo com o que a prefeitura gastava em 2020 com o Conisca [Consórcio Intermunicipal de Saúde do Circuito das Águas], hoje tivemos um acréscimo de no mínimo 20%. O objetivo é diminuir o tempo de espera”, afirmou.

Em relação às especialidades, o relatório informa que apesar da pandemia, foram contratados três novos médicos pediatras. A prefeitura contratou ainda um médico regulador para a triagem, classificação e priorização dos casos urgentes segundo princípios do SUS.

Dois importantes serviços na área da saúde foram interrompidos: a zoonose e as visitas às casas para o controle da dengue.

Entre as principais ações para aperfeiçoar o atendimento básico de saúde em andamento,  citadas no relatório, destacam-se o credenciamento da Unidade de Saúde da Família Refúgio da Serra, que ainda aguarda homologação e a construção da Unidade de Saúde São Luiz. 

O projeto Amor Perfeito de assistência e orientação às gestantes também deve ser retomado nas próximas semanas.


 


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