//FERNANDO PESCIOTTA// Ricos e pobres



Tem gente que diz ter vontade de fugir para outro planeta quando vê que Bolsonaro tem ao menos 25% de apoio. Mesmo que isso signifique minoria, é assustador ver tanta gente apoiar um genocida assumido, negacionista cruel.

Segundo as pesquisas, o perfil bolsonarista é homem, acima dos 50 anos, rico e, portanto, branco.

Pode ser um vizinho, o sujeito atrás de você querendo furar a fila do supermercado, seu patrão. É inacreditável que tenha quem apoie um gângster torturador.

Pelo menos fica o consolo de que estamos numa sociedade ainda fracionada. Isso ficou claro no domingo (17). O genocida, aparentemente sem cumprir os protocolos de saúde pública, invadiu a Vila Belmiro para ver o jogo do Santos contra o Coritiba.

Enquanto as arquibancadas o vaiavam e o mandavam para aquele lugar, nas tribunas os reacionários ricos o bajulavam. Era o retrato do Brasil atual: uma massa de gente contra a leviandade e a crueldade encarnadas no genocida e um punhadinho de poderosos exercendo seu papel escravocrata autoritário.

É preciso atentar para essa doença que mata. A falta de empatia dessa gente abastada não é bem-vinda, é repulsiva.

Não existe classe média mais oca do que a brasileira. Seu sonho de consumo não é o conhecimento ou a evolução humana, é a Disney e o atraso. O comportamento dessa gente reforça a ideia de que a eleição é reflexo da luta de classes. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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