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De acordo com a reportagem, os chamados gestores da Faria Lima, numa alusão à avenida de São Paulo que concentra as casas financeiras, acham que Bolsonaro não está tão à direita quanto se esperava.
É uma loucura. A avaliação surge no mesmo dia em que o miliciano destilou ódio em evento público na sede do governo. Atacou o Supremo Tribunal Federal. Mandou um ministro da Corte “calar a boca” e “não encher o saco”.
Babando e pisando na calcinha, Bolsonaro disse que sua resposta aos conselheiros que recomendam calma é uma só: “Calma o cacete, pô.”
Todo esse nervosismo para defender o terrorista que atentou e continua atentando contra o STF. Travestido de deputado, se negava a colocar a tornozeleira eletrônica como determinado pela Corte. Para fugir da Justiça, transformou a Câmara dos Deputados num puxadinho.
Pouco depois, voltou a defender a tortura, louvou o golpe da ditadura militar e reforçou a ideia de armar a população.
Se o comportamento e ideais de Bolsonaro não são tão de direita quanto de imaginava, não quero nem pensar o que esses gestores financeiros consideram ser de extrema-direita.
Enquanto isso, eles se calam para o aumento de 121% do preço da cenoura, para a gasolina a R$ 7,50, diante do desemprego estrutural, da perda de renda e do desalento na busca por trabalho.
No fundo, esses caras da Faria Lima buscam argumentos palatáveis à classe média para justificar o injustificável, que é o desejo de continuar ganhando muito dinheiro sem se importar com a miséria da maioria da população.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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