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A Câmara Municipal de Serra Negra resolveu o que tinha de resolver, na sessão de segunda-feira, 18 de abril, rapidinho. Antes de ir para casa, porém, alguns vereadores voltaram a usar o plenário como palanque eleitoral, rasgando elogios aos deputados amigos do peito, aqueles que, segundo eles, são igualmente amigos de Serra Negra.
O pretexto para a enxurrada de louvores aos parlamentares foi o artigo que a editora do Viva! Serra Negra, jornalista Salete Silva, publicou em 8 de abril, intitulado "Vereadores usam sessão da Câmara como palanque eleitoral".
Nossos edis aproveitaram a chance para criticar não só a jornalista como todos os que não reconhecem o mérito dos políticos amigos de Serra Negra, esses que, segundo eles, ajudam a cidade por meio de emendas parlamentares.
Claro que toda ajuda, na situação em que o Brasil - e Serra Negra - se encontra, é bem-vinda.
Acontece que os vereadores se esqueceram de dizer algumas coisas importantes para que as pessoas compreendam como atuam esses parlamentares "amigos" de Serra Negra.
Eles não disseram que nenhum dos "amigos", apesar das emendas parlamentares destinadas à cidade, votaram e votam, em suas casas legislativas, sistematicamente contra os interesses da população em geral.
Não houve uma só vez em que eles tenham ficado ao lado dos trabalhadores.
Ora, ao agirem dessa forma, contribuíram muito, mas muito mesmo, para levar o Brasil à situação em que se encontra - é quase unânime a percepção de que o país atravessa um dos piores, se não o pior, momento de sua história, seja econômica, seja social, seja moralmente.
Os nossos vereadores se esqueceram de dizer que todos os parlamentares citados apoiaram ou ainda apoiam o presidente Bolsonaro, essa tragédia que desgoverna o país e o conduz a cada dia a um cenário mais aflitivo e desesperador.
Eles se esqueceram de dizer também que as emendas parlamentares integram os orçamentos estadual e federal, ou seja, vêm de dinheiro de impostos, aquele dinheiro que todos nós entregamos ao governo para que ele nos devolva em benefícios, prestação de serviços etc.
Ou seja, estão fazendo cortesias com chapéu alheio.
Do jeito que os nossos edis colocam a coisa, parece que por causa das emendas parlamentares os seus deputados são a pura bondade, verdadeiros anjos na Terra, benfeitores não só do município como de toda a humanidade.
E não é bem assim.
Acho que basta uma comparação para entender como esses parlamentares "amigos" de Serra Negra se comportam.
É mais ou menos como se eu ou você, leitor, fizéssemos um empréstimo num banco, numa financeira ou com um agiota. Na hora em que pegássemos o dinheiro, ficaríamos aliviados, satisfeitos, até mesmo felizes. Mas tudo isso iria desaparecer quando começássemos a pagar o empréstimo.
Como se sabe, os juros da financeira, do banco ou do agiota são do outro mundo...
A "amizade" dos deputados apoiados pelos nossos vereadores é simplesmente uma cortina de fumaça para encobrir as maldades que eles fizeram e continuam a fazer contra o povo brasileiro.
Se não fosse por esses deputados "amigos" de Serra Negra a cidade estaria hoje muito melhor, com mais emprego, melhor distribuição de renda, mais riqueza para todos e não só para uns poucos.
Serra Negra não precisa da caridade desses deputados. Precisa, como todo o Brasil, de políticas públicas eficientes, pensadas para melhorar a vida do miserável, do pobre e do trabalhador.
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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado, ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico, e editor do site Viva Serra Negra.
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