- Gerar link
- Outros aplicativos
- Gerar link
- Outros aplicativos
Como sempre ocorre no mundo, especialmente a partir da Primavera Árabe, em 2011, a invasão da Ucrânia pela Rússia leva a análises sobre quem é o bom e quem é o ruim, sem contextos mais aprofundados ou um mínimo de estudo histórico.
Vladimir Putin todo mundo conhece. O ex-agente da KGB dos tempos da Guerra Fria está no poder há mais de 20 anos, já tinha exposto ao mundo sua capacidade de se desfazer de adversários, impor prisões e invadir territórios que considera russos.
Por isso, ele é o vilão da história e Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, é o herói. Mas ninguém está totalmente errado ou certo.
Eleito num país onde a extrema-direita é relevante há anos, Zelensky não é exatamente o bom-moço que a mídia ocidental tenta construir, assim como já fizemos por aqui com Fernando Collor e Sergio Moro, por exemplo. E deu no que deu.
Zelensky, pego em flagrante enriquecimento ilícito e com contas secretas no exterior, agiu de forma irresponsável. Praticamente conduziu a Ucrânia para a guerra apostando ingenuamente na salvação que viria da Otan.
Para sustentar a tese do herói, a mídia ocidental explora erros de Putin e supervaloriza imagens da guerra, dimensionando o sofrimento humano e a fuga de 1,5 milhão de ucranianos.
Os horrores da guerra têm exposição seletiva. Fazem parte de um viés da guerra, que é a disputa midiática.
Todo sofrimento humano deve ser lamentado, mas não se vê tanto alarde com a dor de milhões de pessoas que neste momento estão sem casa e sem pátria em todo o mundo.
Estima-se que pelo menos 22 milhões de sírios fugiram do país desde o início da guerra civil.
A ONU calcula em 70 milhões o número de refugiados em todo o planeta. Mas, além dos muçulmanos sírios e afegãos, fugidos dos ataques de soldados dos EUA, são orientais, pretos e pobres de Mianmar, Sudão do Sul e Somália. Esses não contam. São apenas estorvos que tentam invadir o ocidente.
------------------------------
Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
- Gerar link
- Outros aplicativos
Comentários
Postar um comentário
Os comentários são bem-vindos. Não serão aceitos, porém, comentários anônimos. Todos serão moderados. E não serão publicados os que estimulem o preconceito de qualquer espécie, ofendam, injuriem ou difamem quem quer que seja, contenham acusações improcedentes, preguem o ódio ou a violência.