//FERNANDO PESCIOTTA// Escola ou igreja?



Você, prefeito, que precisa de dinheiro do governo federal para melhorar a escola da sua cidade, esqueça a lei, os trâmites convencionais e até as influências políticas, mesmo que sejam do Centrão.

Você, prefeito, por mais bem-intencionado que esteja, precisa é de um pastor. Mas também não pode ser qualquer pastor, tem de falar com Gilmar Santos ou Arilton Moura, velhos frequentadores do Palácio do Planalto.

Mas também se prepare para o achaque.

Em conversa gravada, o pastor da Educação, Milton Ribeiro, afirma que, por determinação de Bolsonaro, o governo prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos dois picaretas.

Santos e Moura não têm cargo no MEC, mas coordenam um esquema paralelo de obtenção de verbas do ministério.

Somente neste ano, foram empenhados R$ 9,7 milhões com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, órgão do MEC e oficialmente controlado por indicados do Centrão.

Em troca da liberação de verbas, os três criminosos – Milton Ribeiro, Gilmar Santos e Arilton Moura – pedem descaradamente aos prefeitos apoio para a construção de igrejas. Ou seja, o que fazem é desviar recursos do MEC para a igreja, sob orientação de Bolsonaro.

Santos comanda a Igreja Ministério Cristo para Todos, ligada à Assembleia de Deus. Ribeiro é dono da Igreja Presbiteriana Jardim da Oração, de Santos. São comerciantes da fé fazendo corrupção.

O próximo governo terá uma enorme faxina a fazer.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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