//FERNANDO PESCIOTTA// Reforço na alfabetização



Pesquisa do Datafolha feita a pedido de três instituições privadas voltadas ao setor social joga mais responsabilidade para Estados e, principalmente, prefeituras.

De acordo com a pesquisa, 76% dos alunos do ensino fundamental precisam de reforço na alfabetização depois de praticamente dois anos de aulas remotas.

Professores ouvidos no levantamento reportam dispersão dos alunos. Os apelos domésticos acabam sendo mais interessantes do que a atenção constante às aulas na tela do computador.

Dados de entidades ligadas à educação indicam que um terço dos alunos de baixa renda nem contou com acesso à internet para acompanhar as aulas.

É sempre oportuno lembrar que Bolsonaro vetou lei aprovada pelo Congresso destinando recursos para assegurar que todos os alunos tivessem o acesso à internet subsidiado pelo Estado brasileiro.

O problema extrapola a necessidade de reforço. Os alunos que não conseguem acompanhar as aulas por perda de interesse e dificuldade em desenvolver as atividades.

De acordo com o levantamento, 20% dos estudantes correm o risco de abandonar a escola.

Ainda conforme os professores consultados, a volta à aula presencial tem sido importante para a recuperação dos alunos. Nesse contexto, especialistas discutem a necessidade de apresentação da carteira vacinal.

O debate honesto é interessante, oportuno e necessário, com visões sustentáveis de quem é contra e de quem é a favor da exigência da vacina. Só é dispensável a idiotice do disque denúncia da Damares.

Num país onde um auditor fiscal no início da carreira ganha R$ 21.029,09, mais do que os R$ 20.530,01 do topo do professor universitário, é recomendável que o Ministério da Educação entrasse nos debates e nas ações. Mas aí é pedir demais.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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