//CULTURA// Kanemo Cineclube retoma atividades com mostra de cinema negro

"Eu, Minha Mãe e Wallace" é um dos filmes que será exibido no sábado, 
5 de março, na Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari


O Kanemo Cineclube retoma suas atividades exibindo, em março, filmes do EGBÉ, o Festival de Cinema Negro de Sergipe. Serão levados ao público de Serra Negra seis produções apresentadas no festival, sempre aos sábados, às 19 horas, na Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari (Rua Eliseu Franco de Godoy, 57, Centro, Serra Negra), com entrada franca.

No dia 5 serão exibidos os filmes "Tempo", dirigido pelo baiano Victor Uchoa, e "Eu, Minha Mãe e Wallace", dirigido pelos irmãos Marcos e Eduardo Carvalho, do Rio de Janeiro.

"Tempo" foi mostrado em mais de 30 festivais no Brasil e no exterior, como o 11º Los Angeles Brazilian Festival (EUA) e o 28º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro/Curta Cinema. No Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul (Rio de Janeiro), foi contemplado com prêmios de Melhor Filme, Desenho de Som, Fotografia e Trilha Sonora.

"Tempo" já foi mostrado em
mais de 30 festivais de cinema 


Os diretores de “Eu, Minha Mãe e Wallace” são cineastas do morro do Salgueiro, no Rio. Os irmão Carvalho escreveram, produziram e dirigiram vários curtas-metragens, como "Boa Noite, Charles" (2015) e "Chico" (2016). Entre as principais premiações, "Chico" recebeu o Prêmio Candango de Melhor Direção e o Prêmio Canal Brasil no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, além do Troféu Margarida de Prata da CNBB. 

O curta-metragem "Calma" (2017), dirigido por Rafael Simões e produzido pelos irmãos Carvalho, recebeu o Troféu Barroco de Melhor Curta-Metragem no 21º Festival de Cinema de Tiradentes. 

Segundo Cintia Marilia, responsável pelo Kanemo Cineclube, as pesquisas que tem feito no universo da cinematografia resultaram no achado de "verdadeiras pérolas dentre as incontáveis produções independentes existentes no Brasil que circulam em festivais".

Ela diz que a escolha dos filmes do Festival EGBÉ teve como proposta "uma quebra na representatividade normativa racial, rompendo estruturas que naturalizam a ausência de corpos negros no cinema, ou subjugam sua presença, seja nas câmeras ou por trás delas". Ela explicou ainda que as escolhas feitas para a mostra foram norteadas pela "diversidade de histórias, falas e corpos pretos".

Cintia informa que o Festival EGBÉ "partilha também o propósito de tornar acessíveis as produções audiovisuais de diretores negros pelo país afora, e democratizar o acesso à vasta e potente produção cinematográfica negra brasileira".

O evento tem dez anos de existência e é hoje referência entre os festivais de cinema do Brasil e em sua própria comunidade, firmando seu espaço por meio de ações exteriores às salas de cinema. Os filmes que serão exibidos na Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari foram premiados pelo festival no ano de 2019 e representam uma retrospectiva das produções mais marcantes do Festival EGBÉ.

No dia 12 serão exibidos os filmes “Negrum3” e “Elegebará”, e no dia 19, “Filhas de Lavadeiras” e “Poder”.




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