//CIDADE// Não há desperdício de comida nas escolas, garante Secretaria de Educação

Relatório da EMEB Professora Zaira Antunes Franchi,
de 16 de fevereiro: pequenas sobras


A produção da merenda escolar e o destino das sobras de alimentos nas escolas estaduais são controlados pela equipe de nutricionistas. O controle nas escolas municipais é realizado por meio de um relatório diário preparado pelas merendeiras e assinado pelas diretoras.

Essas informações foram enviadas pela secretária de Educação, Maria Rita Pinton Tomareli, à Câmara Municipal. Na sessão de 14 de fevereiro, vereadores da oposição denunciaram o desperdício de alimentos nas instituições de ensino das redes municipal e estadual com base em relatos de funcionários da educação.

Professores, assistentes e até merendeiras estariam indignados com a grande quantidade de comida desperdiçada devido à proibição do consumo da merenda escolar pelos funcionários depois que a lei federal nº 11.947 passou a vigorar no município, em 2020.

Os nutricionistas Renata Moreira de Santi e Marcos Dionísio informaram que o controle da produção das refeições nas escolas estaduais é realizado diariamente para evitar o desperdício.

Eles explicaram que as merendeiras recebem informações diárias sobre o número de crianças presentes no dia e a produção das refeições é realizada com base nesses dados.

“Ao final da distribuição, os pratos são contados e o número de refeições servidas anotadas para posterior envio para a secretária da cozinha, que compila dos dados mensalmente e informar à Secretaria da Educação, que por sua vez, envia para a Secretaria do Estado”, informam os nutricionistas em ofício encaminhado à secretária municipal de Educação.

Os nutricionistas informam ainda que o trabalho é feito por eles presencialmente e quando isso não é possível, as merendeiras são orientadas a enviar fotos da comida feita no período e a quantidade de sobra das panelas. “Tudo é consignado em roteiro de inspeção das boas práticas, arquivado na cozinha piloto”, explicam os nutricionistas.

As merendeiras das escolas municipais realizam relatórios diários, assinados pelas diretoras, sobre as refeições produzidas e a quantidade de sobras de alimentos. Essas informações também foram encaminhadas à Câmara Municipal. Alguns relatórios realizados nas escolas municipais indicam exatamente a quantidade de alimentos consumidos e as sobras.

O relatório da EMEB Professor Durval de Paula Chagas (ao lado), por exemplo, realizado no dia 15 de fevereiro, informa que foram alimentadas 128 crianças. Para isso foram utilizadas 6 canecas de arroz das quais sobrou meia caneca; 1 quilo de feijão, com sobra de duas colheres; 6 quilos de carne de panela, das quais sobraram duas colheres; 3 quilos de batatas para produzir purê de batata, do qual não houve sobra.

Mas nem todos os relatórios têm a mesma precisão e alguns deles mencionam sobras consideráveis sem, no entanto, esclarecer qual é a quantidade. A sobra de pão e requeijão na EMEB Albino Brunhara, no dia 18 de fevereiro, foi definida como "considerável", mas não foi especificada. Já a sobra de quatro porções de leite foi também avaliada como "considerável".

Alguns relatórios mostram que em muitos casos não há sobra alguma de alimento, mas em outros, como no caso do relatório da EMEB Professora Zaira Antunes Franchi, de 16 de fevereiro, houve pequenas sobras, como dois pratos de arroz, dois de feijão, um prato de macarrão e um de tomate.

Um funcionário, que preferiu não se identificar, explica que às vezes a sobra de um ou dois pratos de comida ou uma certa quantidade de pão, para um trabalhador que gasta parte significativa de sua renda para se alimentar, pode ser interpretada como significativa.

Para o presidente da Câmara Municipal, César Augusto Borboni, o Ney, isso, no entanto, não pode ser interpretado como um desperdício de alimentos pelas escolas de Serra Negra. “Não está sobrando nada. Pode ser que seja alguma escola, mas o ofício dos nutricionistas mostra que é tudo controlado e quando eles não podem fiscalizar pessoalmente, as merendeiras fazem as fotos das panelas”, afirmou.

Ney refutou também informações de que cidades vizinhas estariam descumprindo a lei federal e permitindo que os funcionários consumissem a merenda. Ele informou ainda que em Serra Negra uma única escola estadual chegou a descumprir a lei, mas a direção já foi advertida.

“Águas de Lindoia não dá merenda para professores e funcionários da educação, Amparo também não dá merenda. Conversei com o presidente da Câmara Municipal de Águas de Lindoia e com o chefe de Gabinete de Amparo. Do jeito que disseram pareceu que nós não queremos dar comida para os professores”, afirmou.

Os vereadores estão preparando uma moção de apelo, dirigida à Assembleia Legislativa e ao governo do Estado, solicitando uma solução para essa questão. Os vereadores da oposição têm sugerido que a prefeitura destine recursos do município para custear as refeições dos funcionários da Educação. 



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