//FERNANDO PESCIOTTA// Retomada frustrada



O avanço da ômicron e o aumento de casos de influenza em todo o País afetam diversos setores de atividade, com destaque para o turismo e o comércio.

Alegando falta de funcionários, que são afastados por terem se infectado, as companhias aéreas adiaram ou cancelaram mais de 500 voos neste início de ano.

Restaurantes, bares, supermercados e shoppings afastam um a cada cinco funcionários por covid-19 ou gripe em São Paulo.

Empresas de varejo e de serviços se desdobram para manter o atendimento e elevam os custos com pagamento de horas extras.

A consequência imediata é uma pressão ainda maior sobre a inflação. Afinal, para cobrir custos maiores, as empresas tendem a elevar os preços.

Embora menos letal, graças à vacina tão combatida pelo genocida, a ômicron chega mais perto da classe média e dos centros do poder econômico do que as variantes anteriores do coronavírus.

Por uma simples razão: ela se espalha muito fácil e rapidamente e surgiu num momento em que esses segmentos da sociedade tinham relaxado o isolamento e outros cuidados, acreditando que a pandemia tinha acabado.

Além da frustração na retomada do crescimento, que neste ano já não prometia grande coisa, a ômicron revela o egoísmo das elites brasileiras, incapazes de pensar coletivamente.

No início da pandemia, empresários negacionistas ajudaram o genocida a fazer de tudo para evitar o controle da pandemia, sob o argumento de que a economia não poderia parar.

Cidadãos de bem como os donos da SmartFit, Riachuelo, Havan, Habib’s e muitas outras patrocinaram o movimento terrorista de ataque ao STF, que estaria agindo contra seus interesses econômicos, a despeito de proteger a vida humana.

Pressionados pela falta de funcionários e obrigados a elevar os custos, agora eles próprios agem numa espécie de lockout e donos de lojas pedem para reduzir o horário de funcionamento.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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