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A corrupção desenfreada no governo Bolsonaro tem várias frentes. A sofisticação, porém, não é um dos seus méritos. Talvez porque Bolsonaro saiba que seu eleitorado não é questionador e, tchutchuca, é passivo com seus malfeitos.
Em meio a rachadinhas, autorizações ilegais para desmatamento, mineração, compra de vacina superfaturada e diversos outras suspeitas de pagamento de propina, a grande vergonha nacional da atualidade é o Orçamento secreto.
O rosto mais visível desse negócio é a desfaçatez do caso que envolve Léo Moura. O ex-jogador recebeu R$ 41,6 milhões nos últimos dois anos em emendas do Centrão em conluio com o Planalto.
Na sexta-feira (14), nosso Djokovic tupiniquim se encontrou com Bolsonaro em Macapá. Trocaram beijos e abraços, sem máscara.
Os recursos públicos enviados ao ex-jogador superam a verba que o governo destinou a esportes olímpicos e projetos oficiais voltados à formação esportiva.
A certeza da impunidade e a convicção de que os bolsonaristas são tchutchucas com o líder da seita são comprovadas pelo fato de que o próprio chefe de Gabinete, Célio Faria Júnior, postou vídeo do encontro realizado em meio a denúncias de corrupção.
Os padrinhos de Léo Moura são o bolsonarista Luiz Lima (PSL-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado.
A ONG do ex-jogador é uma escolinha de futebol que atende meninos de 5 a 15 anos no Rio e no Amapá, mas sem prestação de contas. As inscrições são feitas por ordem de chegada, sem critério social, e a ONG não fornece alimentação nem transporte aos menores.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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