//ANÁLISE// General Heleno, o expoente

                                                                                                                                

Fernando Pesciotta

Pelo menos um bom serviço o governo Bolsonaro está prestando ao País: comprovar a incompetência do Exército. O pior governo da história do Brasil é repleto de militares nos principais cargos, e isso já diz para o que eles servem.

Hoje crítico de Bolsonaro, o general Santos Cruz já foi seu braço direito. Como ministro responsável pela comunicação do governo, foi dele a decisão de romper a relação profissional com os jornalistas estrangeiros, dando início ao isolamento do Brasil.

Além dos milhares de fardados que se lambuzam com salários adicionais na máquina pública, das condições privilegiadas de aposentadorias e pensões, os oficiais em cargos de destaque se revelam ineptos, incompetentes e até irresponsáveis.

Este é o caso do boquirroto general Augusto Heleno, que se diz ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Segundo revela a Folha, o general, visto como cão de guarda do inominável, autorizou sete projetos de garimpos em áreas de proteção da Amazônia.

Mesmo empresas já autuadas pelo Ibama foram beneficiadas pelo ato patriótico do general.

Para quem não se lembra, Heleno é aquele que antes da eleição ironizava a atuação do Centrão na base do então governo Temer.

Numa apresentação pública, cantarolou uma música insinuando que no Centrão só tem ladrões.

Agora que seu chefe é o mais ilustre integrante do grupo, o general Heleno se cala. Da mesma forma, ele e seus pares se calam sobre a rachadinha da família Bolsonaro, se calam sobre a atuação de milicianos no entorno da família, se calam sobre as compras de imóveis milionários e sobre Queiroz.

Se de fato o Centrão é um antro de ladrões, o general deve estar orgulhoso de ser o mais novo membro do grupo.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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