//ANÁLISE// Vamos falar de eleição

                                                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Diante de tudo que Bolsonaro tem feito pensando exclusivamente na reeleição, parece estúpido pedir para falar em eleição. Mas é preciso chamar a atenção para a necessidade de se avaliar o cenário para além das questões mesquinhas do dia a dia. É preciso observar o rumo do País.

É estarrecedor saber, por exemplo, que o Brasil de 212 milhões de habitantes ganhou novos bilionários e 1% de ricos controla 50% do dinheiro.

Uma concentração de renda absurda que só faz piorar a conjuntura social, com danos irreparáveis para uma imensa parcela da população. São milhões de pessoas alijadas das relações econômicas que dificilmente serão recuperadas num futuro próximo, exceto que haja uma mudança radical na forma de ver e de executar políticas públicas.

O que se vê no Brasil de Bolsoguedes é o aumento da inflação dos mais pobres, famílias em busca de restos de alimentos no lixo, novos empregos com salários menores e remuneração cada vez menor por “bicos”.

O Brasil atual tem a maior queda de renda e do patrimônio total da população, segundo estudo do Crédit Suisse em países emergentes e desenvolvidos. Trabalhamos firmemente para ampliar a desigualdade num país cada vez mais pobre.

Não se trata apenas de empregabilidade e renda. Todo o universo da gestão federal é uma conjugação de medidas para ampliar o fosso da desigualdade.

Dos mancos programas de incentivo à cultura à desnutrição de recursos para a educação, o pouco com a remuneração de professores, passando pelo corte de verba para a fiscalização trabalhista, tudo é feito para ampliar a exclusão.

O Global Drug Policy Index mostra que o Brasil tem a pior política de drogas do mundo. Num ranking liderado por Noruega, Nova Zelândia e Portugal, o Brasil fica atrás de Senegal, Quirquistão e Uganda, só para citar alguns. O olhar enviesado prioriza a repressão, e não a saúde.

Esses métodos já custam caro, mas podem levar a uma situação irreversível com mais um mandato tão desastroso.
 
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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