//ANÁLISE// Aula de diplomacia

                                                                                                                                                                                           


Fernando Pesciotta


Lula foi recebido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, na residência oficial, o Palácio do Eliseu, em Paris.

O encontro teve protocolo reservado a chefes de Estado, o mesmo recentemente dispensado, por exemplo, à vice-presidente dos EUA, Kamala Harris.

Há dois anos, depois de criticar as queimadas na Amazônia, Macron foi alvo da ignorância do inominável, que fez comentários jocosos sobre a esposa do presidente francês. E em vez de ir a uma reunião agendada com Macron, que estava no Brasil, se fez fotografar no barbeiro, retocando a maquiagem. Eduardo Bolsonaro chamou Macron de idiota.

Por causa do comportamento inadequado de Bolsonaro, o Brasil paga caro, e Lula quer rever essa situação. Macron é um dos maiores críticos ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia devido à ausência de política ambiental no Brasil.

Lula chegou ao Eliseu para uma conversa de 30 minutos que se estendeu por mais de uma hora.

Assessores do presidente francês explicaram que Macron, de olho na eleição em 2022, considerou Lula uma personalidade com a qual era pertinente se encontrar. Lula tem influência no eleitorado de esquerda na França.

Em 2014, François Hollande estava com dificuldades para ser o indicado pelo PSF na disputa presidencial. Foi a Madri, onde Lula estava recebendo um título de honoris causa, para pedir apoio. Acabou eleito.

Depois de se reunir com o futuro chanceler alemão, Olaf Scholz, e de discursar no Parlamento Europeu e no prestigioso Instituto de Estudos Políticos de Paris, Lula ensina como se faz política externa e como se dialoga de olho no desenvolvimento do País.

O próximo passo é um encontro com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio da Moncloa, em Madri, nesta quinta-feira (18).

Como escreve Mathias Alencastro na Folha, o Brasil tem um candidato que dialoga com o mundo e um presidente que delira no deserto.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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