//ANÁLISE// Risco Bolsoguedes

                                                                                                                                                                                                                          


Fernando Pesciotta


Cresce a repercussão do caso do dinheiro em paraísos fiscais. Diante da pressão após a revelação do Pandora Papers, o Ministério Público abriu investigação e o Congresso se mobiliza.

Comissão da Câmara aprovou a convocação do ministro Paulo Guedes e do presidente do BC, Roberto Campos Neto, para explicarem as offshores.

Na defesa de Guedes, seus advogados saem pela tangente. Alegam que ele não movimenta o dinheiro da offshore desde que assumiu o ministério.

É mais um exemplo de como essa gente acha que todo mundo é idiota. O fato de não movimentar o dinheiro nesse período, se de fato não o fez, não quer dizer que Guedes não tenha obtido vantagens com decisões que ele mesmo tomou.

Se de fato não movimentou o dinheiro, quando vier a fazê-lo vai lucrar com a desvalorização do real frente ao dólar que ele motiva. A valorização do dólar desde que assumiu o cargo o deixou R$ 14 milhões ainda mais rico.

O mundo desconfia da gestão Bolsoguedes. Segundo pesquisa Qaest contratada pela Genial Investimentos, a economia é a maior preocupação dos brasileiros, superando a pandemia. A culpa recai sobre Bolsoguedes.

O risco Brasil medido por um indicador chamado CDS, que mostra o quanto os investidores globais confiam na promessa de pagamento de uma nação, segue nos maiores níveis históricos.

O indicador gira em torno de 208 pontos, mas desde setembro opera acima de 200 pontos e com tendência de alta desde abril.

Apesar de o movimento afetar outros países emergentes, em geral eles vivem numa situação de maior conforto, O CDS do México, por exemplo, mantém-se pouco acima de 100 pontos, metade do risco Brasil.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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