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Fernando Pesciotta
Donos de companhias como Prevent Senior, MRV, Grendene e Riachuelo, todas bolsonaristas e patrocinadoras de manifestações verde-amarelas, têm dinheiro em paraísos fiscais, fugindo do pagamento de impostos.
Estão lado a lado do ministro Paulo Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que têm a desfaçatez de manter uma fortuna em paraíso fiscal estando à frente de tantos segredos e estratégias para a economia do País.
O vazamento de 11,9 milhões de documentos de empresas de serviços financeiros pelo Pandora Papers revela que essa gente se aproveita de uma política econômica perversa, exploratória da pobreza.
Compram imóveis e iates em Miami enquanto mandam o gado se divertir na Avenida Paulista com a camisa da Seleção Brasileira abusando de discursos moralistas.
Por definição, moral é um conjunto de valores, normas e noções do que é certo ou errado, proibido e permitido numa sociedade. Ou seja, uma espécie de código de conduta para que o coletivo viva em harmonia.
Ao que parece, portanto, a elite brasileira, ministros e presidente do Banco Central incluídos, têm um discurso desconectado da prática.
Oficialmente, o procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a apuração preliminar das offshores de Guedes e Campos Neto. Mas não vai dar em nada.
Em nome da moral, em julho, Guedes fez uma defesa pública da retirada de tributação de recursos em paraísos fiscais, que constava da proposta de reforma do Imposto de Renda. Legisla em causa própria e dos amigos que o apoiam.
No dia em que o escândalo veio a público, o dólar ficou ainda mais caro, deixando Guedes e Campos Neto 1,43% mais rico.
A moeda norte-americana alcançou o maior valor em seis meses e um dos mais altos em toda a história.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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