//ANÁLISE// Fim da CPI e o fora do teto

                                                                                                                                                                                                                                   


Fernando Pesciotta

A CPI do genocídio sugere o indiciamento de mais de 70 pessoas e duas empresas, atribuindo a elas mais de 29 tipificações penais na pandemia.

A despeito das divergências expostas na sua reta final, a CPI deverá servir como uma espécie de atestado dos crimes cometidos por diversos agentes do governo, tendo à frente o capitão genocida.

Por mais que Bolsonaro esteja usando dinheiro público para corromper seus possíveis algozes, distribuindo R$ 3 bilhões para o Centrão, ele acabará pagando politicamente por seus crimes.

A CPI expôs ao mundo o negacionismo como política de governo, com a morte de 286 brasileiros a cada 100 mil habitantes, muitas delas evitáveis. Ratifica o fracasso do governo.

Bolsonaro recorre à corrupção para evitar o pior no Congresso, mas não poderá fazer o mesmo diante das urnas. Até o final da campanha eleitoral, as descobertas da CPI vão fazê-lo sangrar no fogo do inferno.

Sabendo disso, ele tenta de tudo. Nesta terça-feira (19), imprensa e políticos estavam convocados para o anúncio do novo Bolsa Família, que usa R$ 30 bilhões fora do teto de gastos.

Após uma enxurrada de críticas e forte reação negativa do mercado financeiro, o anúncio foi suspenso.

O benefício social, da forma como está sendo concebido, desvirtua os méritos do programa. É eleitoreiro e gera inflação por não ter lastro arrecadatório. Ou seja, o governo dá com uma mão e tira com a outra.

Para analistas, “o governo deu uma aula de como minar a credibilidade fiscal”. Como consequência, a Bolsa caiu 3,3%, fazendo as empresas perderem R$ 152 bilhões em valor de mercado num só dia, dobrando o pessimismo dos investidores para 2022.

Apesar de todo o estrago causado e da ameaça de debandada da equipe econômica, a volta atrás é demonstração da fraqueza do governo.

Miliciano – Por falar em Bolsonaro, a polícia do Rio de Janeiro ainda não apresentou nenhum suspeito da morte do escritor Leuvis Manuel Olivero. Autor de livro sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, ele foi morto a tiros no dia 10 de outubro.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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