//EDUCAÇÃO// Sindicato dos professores aciona MP contra aglomeração no Centro de Convenções

Deputada Professora Bebel, presidenta da Apeoesp: "Absurdo! Inadmissível!"


O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e políticos representantes dos professores entraram com representação no Ministério Público contra a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, denunciando a aglomeração provocada pelo encontro de diretores das escolas estaduais de ensino médio em Serra Negra e o uso do evento pelo secretário Rossieli Soares com objetivos eleitoreiros.

“Absurdo! Inadmissível! Ainda morrem 500 pessoas contaminadas pela COVID-19, diariamente, no Brasil e o governo Doria reúne 4 mil pessoas em local fechado durante três dias, sem seguir protocolo sanitário de prevenção", afirmou em nota Maria Izabel Azevedo Noronha, a Professora Bebel, presidenta da Apeoesp e deputada estadual (PT).

A intenção do secretário Rossieli, na sua opinião, é promover o velho “novo” ensino médio e outros programas excludentes e eleitoreiros para coagir diretores e diretoras contrários às atuais políticas de educação.

"Tal postura irresponsável deste desgoverno estadual não pode ficar impune. Estas imagens (aglomerações em Serra Negra) foram anexadas à representação que fizemos junto ao Ministério Público”, afirmou.

O Ministério Público também foi acionado pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), que acionou também a Agência de Vigilância Sanitária contra a Secretaria Estadual da Educação. O deputado mostrou no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo as imagens de aglomeração no Centro de Convenções.

“Conheço o Centro de Convenções porque já participei de muitos congressos da Apeoesp realizados lá. É um absurdo que um secretário da Educação do governo Doria, que se diz o pai da vacina, homem da ciência, vire um bolsonarista, negacionista, colocando em risco a saúde e a vida de milhares de pessoas, gestores escolares, que atravessaram o Estado para chegar ali, muitas usaram transportes, ônibus, ou seja é a variante Delta passeando pelo Estado e chegando a Serra Negra”, afirmou.

Embora contrária à realização de um evento presencial com mais de 4 mil diretores de escolas, supervisores e dirigentes regionais, boa parte dos participantes prefere não se manifestar com medo de represálias. A maioria deles é funcionário comissionado, o que explica também, segundo representantes da categoria, a presença no evento.

A professora de história e presidente do PSOL de Serra Negra, Erica Pilon, não só faz críticas à iniciativa da Secretaria Estadual da Educação, que poderia, na sua avaliação, ter realizado esse evento por meio online, como repudia a aglomeração provocada pelo evento, que pode contribuir para agravar a pandemia na cidade, que se encontra na melhor fase de controle e redução de casos desde o início do ano. 

“Convocar mais de 4 mil gestores de ensino para aglomerar em um local fechado é de uma irresponsabilidade criminosa”, afirmou Erica. “Essas pessoas tiveram de se deslocar de suas cidades correndo os riscos para simplesmente fazer uma reunião de trabalho que poderia perfeitamente ser feita de forma virtual”, concluiu.



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