//ANÁLISE// O peso de Bolsonaro no nosso bolso

                                                                                                                                                                                                        


Fernando Pesciotta


Após novo passo em direção ao golpismo bolsonarista, o risco político fez a Bolsa ter o pior pregão desde março e passar para a história como uma das maiores quedas, de 3,78%. O dólar disparou para R$ 5,32.

Esse movimento do mercado financeiro tem tudo a ver com o seu, o meu, o nosso dia a dia.

A Bolsa é uma forma de as empresas se capitalizarem. Com os papéis desvalorizados, recorrem ao preço de seus produtos e serviços para fazer caixa e sustentar pagamentos de funcionários, insumos, impostos etc. Aumentar preço significa inflação.

O dólar caro também eleva o preço dos produtos. Vários itens, como a gasolina, base da economia, têm cotação global vinculada à moeda norte-americana.

Além disso, o dólar também é base de custo de muitos produtos importados, que vão diretamente para a cesta de consumo ou servem de matéria-prima – por exemplo, o trigo.

Resumindo, sem falar na incompetência, o comportamento beligerante de Bolsonaro é um desastre que afeta nosso bolso.

Agora que o caldo desandou, empresários reconhecem que se Bolsonaro fosse um agente de paz, buscando a estabilidade política e não o constante confronto, os preços subiriam menos.

José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia, diz em O Globo que o genocida afasta o investidor por ter “os piores instintos na questão climática, na economia e na saúde”.

O Brasil que Bolsonaro vai entregar é infinitamente pior do que o que recebeu, e isso está custando muito caro para toda a sociedade. Agora eles choram, mas boa parte da culpa é dos empresários, fundamentais na eleição do miliciano.
 
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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