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Fernando Pesciotta
Se alguém disser que sabe, com certeza, o que acontecerá na eleição de 2022 está correndo sério risco de errar.
Há um ano, Lula era carta fora do baralho e Bolsonaro nadava de braçada na ignorância popular mesmo com a pandemia matando milhares de brasileiros por falta de competência e de interesse do governo.
A praticamente um ano do primeiro turno, os últimos indicadores são de perda de popularidade do governo e uma tendência de piora.
Além da sua própria incapacidade de fazer qualquer coisa positiva, Bolsonaro tem sérios percalços pelo caminho.
São grandes as chances de um apagão elétrico, o fechamento de 600 mil empresas nos últimos 24 meses dificulta ainda mais a retomada do emprego, a inflação ameaça estar fora de controle e as commodities, essenciais para a entrada de dólares no País, têm trajetória de queda que só tende a piorar.
O quadro econômico nada animador não permite a conclusão de que Bolsonaro vai recuperar sua popularidade a ponto de chegar às eleições com alguma competitividade. Nesse sentido, Lula, que era carta fora do baralho, passa a ser o favorito.
A chamada grande imprensa percebeu isso e nos últimos dias passou a ampliar o fogo contra o petista. Como Lula provou sua inocência em todos os processos que Moro e a Lava Jato chutaram contra ele, resta a seus críticos mirar em outras frentes.
A principal delas até agora é exatamente a economia. É uma guerra mentirosa. O capital nunca ganhou tanto dinheiro como nos anos de governo Lula. Com a fartura, todos ganharam, ricos e pobres, mas isso não interessa à ignorante elite econômica brasileira, que tem ojeriza à inserção social.
Imprensa, empresários e bancos, que têm enorme dificuldade de encontrar a terceira via, acabarão, assim, jogando a favor de Bolsonaro.
Só não vale chorar depois.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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