//ANÁLISE// Ironia do ministro e a esperança do apagão

                                                                                                                                                                                                


Fernando Pesciotta


Fica a cada dia mais difícil identificar o que está pior no Brasil, se é a economia, saúde, educação, meio ambiente, energia, o social ou a política. É sugestivo acrescentar a alternativa “todas as anteriores”.

Esta quarta-feira (25), dia que marcou os 60 anos da renúncia de Jânio Quadros, teve um turbilhão de notícias que fazem chorar.

Inflação galopante, crise hídrica, risco de apagão, queima de áreas florestais, falta de recursos para alunos de baixa renda, aumento da miséria e Bolsonaro ainda não caiu.

O IPCA-15, uma espécie de prévia da inflação oficial, subiu 0,89% neste mês, maior índice para agosto desde 2002. No acumulado de 12 meses, a inflação está em 9,3%. Em quatro capitais, já supera os 10%.

A inflação se espalha pelos mais diversos produtos, se fazendo sentir, dessa forma, em todas as faixas de renda. Está deixando de ser uma dor exclusiva dos mais pobres e bate forte na classe média.

Gasolina, energia, óleo de cozinha, botijão de gás e carne são alguns dos vilões do aumento de preços.

O óleo de soja é visto como o principal exemplo desse aumento do custo de vida, com alta acumulada de mais de 78% em 12 meses.

A perda de poder de compra se agrava com reajustes salariais abaixo dos índices de inflação.

Um dos responsáveis por isso, o ministro Paulo Guedes prefere ironizar. Sobre a alta da conta de luz, fez troça: “Qual o problema de a energia ficar um pouco mais cara?”.

A conta de luz sobe por causa da falta de água, que já era prevista, mas foi ignorada pelo governo. Não houve nenhum planejamento para enfrentar a crise. Agora, o risco de apagão só cresce.

O último apagão no País, em 2001, foi decisivo para a derrota do candidato do então presidente Fernando Henrique Cardoso na eleição de 2002. Pode estar aí uma boa notícia.

P.S.: Corre o boato de que Bolsonaro teve insônia nesta noite porque Carluxo pode ser o próximo a receber a visita da PF.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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