//ANÁLISE// Falta de confiança

                                                                                                                                                                                          


Fernando Pesciotta


Semanalmente, o Banco Central divulga o Boletim Focus, que reúne a projeção de economistas de bancos para a variação do PIB e da inflação.

Nesta semana, o documento indica que a inflação deste ano deve ser de 7,05%, bem acima da meta de 5,25%. Trata-se da maior alta de preços ao consumidor desde 2015 e a terceira em 20 anos. Não descarto que bata nos 7,50%, quase 8%.

Economistas avaliam que o Banco Central chegou atrasado e demorou a agir por achar que a inflação era transitória. Agora, o remédio é amargo, com juros altos.

A expectativa para o crescimento da economia em 2022 é cada vez pior. O Focus aponta para 2,04%. O Itaú baixou para 1,5% e há quem projete ainda menos do que isso.

O cenário é de inflação, juros e desemprego altos. A despeito da garganta de Paulo Guedes, para quem a economia está crescendo em 'v', o que se vê mesmo é apenas a recuperação do tombo do ano passado.

O IFI, órgão vinculado ao Senado, aponta falta de credibilidade da política fiscal na desorientação da economia.

A situação desconfortável atinge principalmente as rendas mais baixas. Tanto assim que as redes varejistas voltadas à classe C estão pouco otimistas e seguraram os investimentos.

Apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, a situação poderia ser menos crítica com um governo mais confiável. Este que aí está age apenas com más intenções e pouca transparência.

No caso da crise energética, por exemplo, passou a esconder os cálculos que apontam as chances de faltar eletricidade. Esses dados eram publicados mensalmente desde os governos do PT, mas deixaram de ser informados nesta gestão.
 
--------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


SEJA NOSSO PARCEIRO!

Comentários