//ANÁLISE// Brasil conectado

                                                                                                                                                                                   


Fernando Pesciotta


Publicações sobre o voto impresso dispararam nas redes sociais a partir da instalação da CPI do genocídio, em abril, coincidindo com o momento em que o governo passou a sofrer o desgaste das revelações da comissão e Bolsonaro viu sua popularidade despencar.

A constatação é de O Globo, a partir de levantamento foi feito pela consultoria Novelo Data no YouTube, Facebook e Instagram.

Só no YouTube, a análise em 210 canais de extrema-direita, todos bolsonaristas, identifica 203 vídeos postados nesse período. Isso significa oito vezes mais do que nos cinco meses anteriores.

Movimento semelhante ocorreu no Facebook e no Instagram.

Ao mesmo tempo em que coloca a tropa de robôs e fundamentalistas a seu favor, Bolsonaro evita que os esclarecimentos progridam.

Nesta quinta-feira (5) macabra, como tem sido praticamente todo dia, Bolsonaro publicou nova medida provisória para deixar de fornecer internet gratuita para as escolas públicas.

A MP retira o prazo para que o governo repasse R$ 3,5 bilhões para garantir acesso para professores e alunos de instituições públicas de ensino básico.

Para disseminar fake news, mentiras e “narrativas”, o Brasil precisa estar conectado. Para dar condições mínimas no aprendizado de crianças de baixa renda, não precisa.

Criar uma crise institucional tão grande para fugir das revelações da CPI pode ter sido uma aposta arriscada, na visão das pessoas de bom-senso. Como não é esse o caso, Bolsonaro gostou do resultado e continua investindo na ruptura constitucional.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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