//OPINIÃO// Onde encontrar o Centrão? Siga reto e vire à direita



Lucas Menezes


Eu nunca entendi muito bem quais são as pautas do posicionamento político denominado "centro". O que eles defendem, afinal? Seria o nada nobre "pode ser gay, mas não na minha frente", como já disse o presidente? Ou mesmo o "pode distribuir a renda, mas cuidado pra não 'empobrecer' os ricos", como disse o dono da Riachuelo recentemente? Digo isso porque esses são pensamentos claramente conservadores e de direita! Mas quem o Centrão quer enganar, afinal, e por quê? Cuidado, pois se você não ficar atento, pode ser você o enganado da vez. 

Com o novo partido formado recentemente pela união de outros considerados de centro, e com o próprio presidente da República se posicionando como "Centrão", a direita brasileira simplesmente sumiu. Sobrou espaço somente para aqueles que ainda defendem o indefensável: tortura, "tiro na cabecinha", fascismo. 

O presidente acaba de se autodenominar do "Centrão" e disse que mudou quando confrontado com o vídeo de Ciro Nogueira o chamando de fascista em 2017. Mas Bolsonaro mudou mesmo? É claro que não! O que mudou foi o nome: em vez de se posicionar à direita, se diz de centro para enganar a população majoritariamente pobre que não concorda com a visão de direita. A saída, portanto, foi só mudar de nome: "Eu sou o Centrão", disse o presidente. 

De certa forma, o nome Centrão, em vez de Centro simplesmente, é apropriado. Afinal, engloba tanto centro como direita. Por outro lado, tem o claro objetivo de ludibriar principalmente aqueles que se dizem neutros na maioria de seus posicionamentos, que são contra o chamado radicalismo. Dessa forma, eles podem impor sua agenda de direita e passarem despercebidos por essa parte da população. 

Por isso, não se engane! O Centrão nada tem de neutro. É um grupo de pessoas de direita, que quer se manter no poder avançando as ideologias mercadológicas e conservadoras, liberais e meritocráticas, nada coerentes com a realidade brasileira de desigualdade social e pobreza. 

Realidade que precisa ser contornada, e de forma radical. Apesar do dito "radicalismo", o objetivo final não tem nada de radical: igualdade, justiça social, bem-estar social. Essas são as bandeiras levantadas pela esquerda e que a maioria da população defende. Portanto, mais uma vez, não se engane. Vamos à luta!


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