//CRÔNICA// A segunda dose foi por pouco



Carlos Motta

Fui tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19 nesta manhã de segunda-feira, 12 de julho, obedecendo ao que estava escrito na ficha que me deram três meses atrás. Meia hora antes do horário de abertura da porta do Centro de Convenções de Serra Negra, lá estava eu, na fila de umas 20 pessoas. Cheguei cedo porque da outra vez fiquei bem atrás. Sabem como é, gato escaldado...

Bem, a fila andou um pouco por volta das 7h45, o que me animou. Achei que todos ali voltariam rapidamente para casa. 

O que de fato ocorreu, mas por um motivo bem menos agradável do que a sensação de estar protegido contra essa maldita doença.

É que a maioria das pessoas que estava na fila foi dispensada: não havia vacina para todos nós, avisou uma moça, funcionária da prefeitura.

"Mas vocês deveriam ter nos avisado que não ia ter vacina", argumentou um senhor. "Não está certo a gente vir até aqui e vocês dizerem para voltar outro dia."

A moça justificou:

"A culpa é do governo que não mandou as vacinas. Elas devem vir na quarta-feira. O senhor telefona na quarta-feira para este número para ver se elas chegaram..."

Metros à frente, outra moça conferiu minha ficha de vacinação: 

"Está certo. O senhor pode entrar."

Entrei. Sentei. Havia pouquíssimas pessoas no local. Muito menos do que há três meses.

Poucos minutos depois fui chamado. Tomei a vacina e voltei para casa.

No caminho de volta cheguei à conclusão de que tem muita coisa errada com esta campanha de vacinação.

Nem vou falar do governo federal, porque ele não existe, é apenas uma quadrilha que tomou o poder para assaltar os cofres públicos. 

Já o governo Doria, blindado por muitos, se não é igual aos milicianos de Brasília, faz uma força danada para ficar à sua altura.

No caso da vacinação, por exemplo, promete mundos e fundos sem saber como vai cumprir as promessas. 

Antecipa o calendário, diz que vai vacinar adolescentes, mas como pode ter certeza de que fará isso, se nem consegue distribuir as doses para quem tem direito de ser vacinado?

E a prefeitura de Serra Negra, então.

Custa avisar as pessoas que não recebeu vacinas suficientes?

Vivemos a era da informação. O velho Chacrinha já dizia que quem não comunica se estrumbica.

No caso, quem está se estrubincando somos nós, o povo.

Haja paciência!



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