//ANÁLISE// A nova TV pública e a falta de educação

                                                                                                                                                                                                         

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Em reportagem recentemente publicada pelo jornal O Globo, empresários brasileiros dos mais diferentes setores reclamam da má formação da mão de obra disponível no mercado de trabalho. Embora tenham vagas, não conseguem preenchê-las por causa da má formação dos jovens.

Especialistas do setor têm chamado a atenção para o aprofundamento desse problema com a pandemia, numa situação acentuadamente dramática para os alunos de menor renda.

Por falta de planejamento e ações efetivas do governo federal, os alunos de baixa renda estão distantes dos seus pares que estudam em escolas particulares e contam com estrutura suficientemente robusta em casa para acompanhar as aulas on-line.

No auge da pandemia, Bolsonaro vetou lei aprovada pelo Congresso que obrigava o Estado brasileiro a garantir o acesso à internet de todos os alunos. Para evitar o aprofundamento do fosso, o Congresso derrubou o veto.

Não satisfeito, Bolsonaro acionou o STF contra a decisão dos parlamentares, que define a transferência de R$ 3,5 bilhões para Estados e municípios em 30 dias.

É a cara desse governo de milicianos e latrocidas. Em vez de olhar com atenção ainda maior para a educação num momento tão delicado, optou-se pelo desprezo.

E não é por falta de dinheiro, por mais que o governo tenha cortado o orçamento da Educação. Tanto assim que o Planalto acaba de pegar recursos do Ministério da Educação para criar um novo canal de televisão, que abre espaço para a propaganda eleitoral bolsonarista.

Segundo o UOL, a nova emissora será destinada a "projetos educativos, além de diversos outros serviços". O governo não informa quanto vai gastar.

Ainda sem nome definido, mas apelidada de “TV Olavo”, a emissora será uma plataforma de divulgação de conteúdo pró-governo. Ideológica, será a manilha por onde escoará o esgoto gerado pelo astrólogo.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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