//ANÁLISE// Encontro macabro

                                                                                                                                                                           


Fernando Pesciotta


Não se trata apenas do recente filme de Marcos Prado. Encontro macabro também ocorreu no Palácio do Planalto, quando Bolsonaro recebeu a deputada alemã Beatrix von Storch.

Vice-líder da ultradireita de seu país, Beatrix é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças durante todo o regime nazista.

Após as mortes de Adolf Hitler e Joseph Goebels, Grosigk assumiu a chancelaria até a rendição alemã, em maio de 1945.

Krosigk foi condenado em Nuremberg. Ele era o responsável pela “administração” do dinheiro e dos bens roubados dos judeus. Foi considerado culpado no tribunal internacional também pela engenharia financeira de construção dos campos de concentração e extermínio.

Olhando assim, dá para entender que os judeus financiaram a construção das câmaras de gás, patrocinaram a própria morte. O nazismo é nojento.

Em tese, ninguém tem culpa de ter antepassados genocidas. Assim como se vê por aqui, com os filhos de Bolsonaro, no caso de Beatrix não se trata de mera descendência hereditária. Ela não parece inocente.

Por mais que bolsonaristas se esforcem a construir uma imagem diferente, a deputada alemã no Parlamento Europeu é bem chegada a teses nazistas.

Beatrix é investigada por suposto incitamento ao ódio contra muçulmanos.

Seu partido, o Alternativa para a Alemanha (AfD), está sob vigilância da Inteligência alemã por ameaça à ordem democrática.

Bolsonaro tentou encobrir o encontro, que não estava na agenda oficial. A revelação da reunião foi feita por Beatrix, que postou no Instagram uma foto na qual aparece ao lado do marido, Sven von Storch, e de um sorridente e eufórico Bolsonaro.

Entidades judaicas, como a Federação Israelita do Brasil, emitiram nota de repúdio. Mas isso não basta. O nazismo tem de ser cortado pela raiz.

 
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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