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Fernando Pesciotta
O que se viu no seu segundo depoimento à CPI do genocídio foi um ministro da Saúde tentando blindar Bolsonaro, mas sem conseguir esconder a total falta de autonomia.
Ricardo Queiroga contradisse questões defendidas pelo genocida e seus apoiadores, como a cloroquina e o tratamento precoce.
Ponto importante foi quando confirmou que não há nenhum infectologista em sua equipe no ministério. Quando depoentes anteriores trouxeram essa revelação, foram contestados por senadores governistas.
Queiroga contradisse Bolsonaro ao afirmar que a cloroquina não é eficaz contra a covid-19 e ao assumir que o tratamento precoce não tem eficácia.
Queiroga mostrou-se contrariado com aglomerações provocadas “por quem quer que seja”. Mas minimizou e reforçou sua falta de autoridade e de autonomia ao dizer que é ministro da Saúde, não “censor do presidente”.
De modo geral, o ministro foi abandonado pelos bolsonaristas e ficou isolado na CPI.
Queiroga mentiu – se não fosse assim, não seria ministro de Bolsonaro. Disse que houve apenas um caso de covid-19 no Campeonato Brasileiro – na verdade, foram mais de 300 – e assumiu como sua a decisão de não efetivar Luana Araújo na pasta.
Não convenceu ninguém e deixou ainda mais claro que não manda nada quando se enrolou todo para tentar explicar por que o site do ministério mantém as recomendações de uso da cloroquina e não demite os bolsonaristas que agem na pasta em defesa do tratamento precoce.
Em suma, é outro banana alimentando sua vaidade.
Terceira onda
Com apenas 11% da população vacinada, ou 14,48% dos adultos, o Brasil registrou na terça-feira (8 de junho) 2.693 óbitos por covid-19, em nova alta da média móvel.
O presidente do conselho de secretários estaduais de Saúde, Carlos Lula, afirma que os números podem significar o início da terceira onda.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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